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Ministro diz que Cunha não pode fazer da Câmara bunker da oposição

O ministro Jaques Wagner defendeu que Eduardo Cunha mantenha posição institucional após rompimento com o governo

postado em 03/08/2015 14:22

Na semana de retomada dos trabalhos legislativos, as chamadas ;pautas bomba;, consideradas prejudiciais pelo governo ao ajuste fiscal, foram o principal tema da reunião de coordenação política no Palácio do Planalto. O encontro reuniu onze ministros, além da presidente Dilma Rousseff, do vice-presidente, Michel Temer, do líder do governo na Câmara dos Deputados, o deputado José Guimarães (PT-CE) e do líder do governo no Congresso Nacional, o senador José Pimentel (PT-CE).

Para o ministro da Defesa, Jaques Wagner, cabe ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), manter o papel institucional da casa, a despeito de escolhas pessoais. "Eu acho estranho se a Presidência da Câmara dos Deputados se transformar, por exemplo, no bunker organizador da oposição. Eu acho que isso não é papel das lideranças de oposição;, disse após sair da reunião. Cunha anunciou rompimento com o governo antes do recesso parlamentar.

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Wagner reconheceu que há um cenário mais favorável para as pautas do Executivo na Casa comandada por Renan Calheiros (PMDB-AL). ;O presidente do Senado é um homem que estava e continua se declarando da base de sustentação do governo. Eu acho que a relação com ele tem momentos mais unidos, menos unidos, mas eu acho que é uma relação que está caminhando normal;, disse. Ele ressaltou, contudo,que não cabe ao governo ;estimular ou estabelecer uma tentativa de contraponto; no atual ;ambiente muito conflituado; e afirmou que o governo trabalha pela harmonização dos poderes. Wagner admitiu que o julgamento de contas de Dilma de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) é focos de atenção do Executivo, mas defendeu não haver justificativa para reprovação.

Ajuste

A principal preocupação do governo é com pautas do ajuste fiscal, como o projeto que dobra a correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). ;Há uma atenção especial dos projetos vinculados ao ajuste econômico que o Senado deverá encaminhar a partir de agora e isso será iniciado formalmente com esse convite da presidenta para os líderes e presidentes de partido hoje a noite no Alvorada", afirmou o ministro de Cidades, Gilberto Kassab, após a reunião no Planalto. A presidente se encontra com o conselho político em um jantar na noite de hoje. A última reunião do grupo foi em 6 de julho. Segundo Kassab, o projeto de lei complementar que libera os recursos dos depósitos judiciais para os Estados será discutido hoje a tarde na Casa Civil com pelo menos cinco governadores.

Ministérios

Wagner afirmou que as discussões sobre redução de pastas na Esplanada são uma preocupação constante de qualquer governo e que podem estar se desenhando novos cenários no Ministério do Planejamento. Ele negou, contudo, que o tema tenha sido tratado na reunião de hoje. ;Não teve nenhuma discussão objetiva sobre pasta A, B ou C, fusão dessa com aquela. Mas eu diria que o guarda-chuva da boa gestão e da racionalidade vai estar sempre presidindo, principalmente em momentos de dificuldade, então tudo que você puder sem prejuízo por objetivo político fazer redução de custos, eu acho que é sempre bem-vindo;, afirmou. Hoje o governo conta com 39 pastas. A presidente já admitui que pode haver uma redução.

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