O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou, nesta terça-feira (11/8)que a Advocacia-Geral da União (AGU) não representará mais as demandas da Casa nos tribunais superiores. Assim, o acordo de cooperação, renovado no mês passado, será alterado e os advogados da Câmara passarão a cumprir esse papel.
"Nós entendemos que a Advocacia-Geral da União não está cumprindo o papel de atuar como advocacia institucional para tribunais superiores", afirmou. Cunha manterá a assessoria técnica da AGU nos Estados porque a Câmara não tem infraestrutura para cuidar de 1 mil ações trabalhistas que tramitam nos Estados.
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O peemedebista disse que a AGU tem atendido às solicitações da Câmara "de maneira retardada". Ele voltou a criticar o patrocínio pela AGU de uma ação da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) contra a Casa no Supremo Tribunal Federal (STF). A senadora entrou com um mandado de segurança para tentar anular o ato da Câmara que permitiu pôr em votação em plenário quatro contas de presidentes da República. "Aquilo ali já foi um equívoco", comentou.
Divergência de versões
O advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, e o presidente da Câmara apresentaram na segunda-feira (10/8) versões divergentes sobre uma ação protocolada na sexta-feira (7/8) no STF que pede a invalidação de provas obtidas contra o peemedebista na Operação Lava-Jato. O pedido chegou ao Supremo três meses, após a apreensão de documentos na Câmara e é assinado pelo advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, em nome do Legislativo.
Enquanto Adams afirmou ter sido cobrado três vezes por Cunha para que a ação fosse encaminhada ao STF, o parlamentar acusa o advogado-geral de mentir. Segundo Adams, além de ofícios encaminhados à Advocacia-Geral da União nos dias 5 e 30 de junho Cunha cobrou a ação por telefone na sexta-feira. "Ele está mentindo. Pode consultar os grampos que existem", ironizou Cunha hoje.