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Escritório de Brasília recebeu R$ 7,2 milhões do esquema, diz PF

JD2 Consultoria era de fachada e fez negócios com fornecedora do Ministério do Planejamento. Funcionário nega acusações

Eduardo Militão
postado em 13/08/2015 11:29
Um escritório em Brasília alvo de mandados de busca e apreensão da PF na Operação ;Pixuleco 2;, a 18; fase da Lava-Jato, nesta quinta-feira (13) era empresa de fachada que recebeu R$ 7,2 milhões de firmas investigadas no esquema de desvios do Ministério do Planejamento. É o que apontam relatórios da Polícia Federal obtidos pelo Correio.

PF cumpre mandados de busca e apreensão no escritório da JD2 Consultoria, em prédio do Setor Hoteleiro Sul

A JD2 Consultoria e outras nove firmas eram usadas pelo ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano, apontado por delegados como operador de esquema de propinas em contratos de crédito consignado no ministério. ;Foi possível reunir fortes indícios de que parte das empresas indicadas por Alexandre Romano consistem em empresas ;de fachada;, não possuindo estrutura empresarial e mão-de-obra contratada para prestar os serviços (falsamente) contratados;, afirmam os delegados Filipe Hille Pacce e Renata Rodrigues, no pedido de busca e apreensão no escritório.

JD2 Consultoria era de fachada e fez negócios com fornecedora do Ministério do Planejamento. Funcionário nega acusações

A JD2 Consultoria teve apenas ;de um a dois; funcionários registrados, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho. A firma funciona num prédio no Setor Hoteleiro Sul de Brasília e já foi chamada de Larc Administração e Consultoria Ltda.

[SAIBAMAIS]

A consultoria recebeu doze pagamentos que somaram R$ 1,2 milhão entre maio de 2012 e janeiro de 2013. Quem fez os repasses foi a Consist Software, que prestava serviços ao Ministério do Planejamento.



As notas fiscais ;dizem respeito a prestação de consultoria, sem especificação da área, sendo emitidas mensalmente pela JD2, sem indicação da existência de contrato de prestação de serviço;, afirma o agente da PF Wiliton Gabriel Pereira, no relatório de análise 466.

Outros negócios
Em outros negócios relatados pela PF, a JD2 Consultoria recebeu mais R$ 1,6 milhão da SRW Informática em 2013 e mais R$ 4,3 milhões da Consist Business, entre janeiro de 2014 e março deste ano. Ao todo, R$ 7,2 milhões.

A JD2 Consultoria está registrada em nome de Dércio Guedes de Soua e Márcia Nélia Garcia e Souza. Procurados, eles não foram localizados pela reportagem, mas um funcionário negou as acusações do relatório da PF. Ele não quis se identificar ao Correio e estava acompanhando o trabalho dos policiais federais. Segundo o funcionário, Dércio estava embarcando em um avião para São Paulo.

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