O centro de informática da Câmara dos Deputados informou que durante diligência realizada em maio apenas os registros do presidente, Eduardo Cunha, e da ex-deputada do PMDB Solange Almeida (RJ) foram coletados. Em nota, o diretor da área, Guilherme Brüguer D;Amato, informou que os mandatos de busca cumpriram os limites da ordem judicial. Cunha acusa a Polícia Federal de ter coletado dados de todos os parlamentares.
;Foram restaurados e disponibilizados, a partir de cópia de segurança, dados de login de todos os usuários da rede de computadores da Câmara dos Deputados. Em seguida, foi realizada uma pesquisa em todos esses dados, para extrair somente os registros dos deputados Eduardo Cunha e Solange Almeida;, diz o texto. Segundo a nota, a diligência foi conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF) e realizada pelos servidores do Legislativo. Foram feitas três cópias, sendo duas da equipe da busca e uma anexada ao processo administrativo instaurado na Câmara.
O objetivo da coleta de material é apurar se dois requerimentos protocolados pela ex-parlamentar foram feitos a pedido de Cunha. A suspeita é que os os documentos serviriam para pressionar uma empresa a pagar propina por contratos obtidos na Petrobras.
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O peemedebista negou ter dito que foram extraídos dados de todos os parlamentares e disse que o comentário foi para explicar a contestação feita pela Advocacia Geral da União (AGU) à busca, a pedido da Câmara. "Eu não vou alimentar a polêmica, mas é muito simples. Eu falei no colégio de líderes e a informação que eu dei é que tiveram acesso a todos e a nota do Centro de Informática deixa claro que foi disponibilizado a todos. Eu não entrei no mérito", afirmou. Ele negou interferência nas investigações. Cunha se recusou a comentar a expectativa de ser denunciado pela PGR na Lava-Jato, esperada para esta semana.
Janot
Cunha pediu o parecer do Centro de Informática após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, desmentir que a busca tenha permitido acesso a informações de todos os 513 deputados. Janot classificou como "inverídica e, no mínimo, leviana" declaração do presidente da Câmara dos Deputados. Ontem, Cunha disse que iria ;provar que estava certo; e se negou a comentar a acusação de leviandade. "Eu acho que tem que se respeitar os poderes e não vou bater boca com quem quer que seja;, disse.
"A leviandade da declaração reside no fato de que tenta usar como escudo a instituição da Câmara dos Deputados ;e, pela via da desinformação, seu pares; para atacar o Ministério Público Federal, embora a crítica à diligência seja de interesse exclusivo para a defesa do deputado Eduardo Cunha", escreveu Janot em ofício enviado à Câmara em resposta a um pedido do deputado Chico Alencar (Psol-RJ). Segundo ele, Cunha afirmou em reunião de líderes neste mês que a diligência se estendeu a todos os deputados.