Politica

PMDB debaterá rompimento com governo em congresso

Denúncia contra Eduardo Cunha e afastamento de Temer da articulação política podem acelerar rompimento do partido com o governo, diz ex-ministro Moreira Franco

Agência Estado
postado em 22/08/2015 17:28

Um dos principais aliados do vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco afirmou, há pouco, que não descarta um eventual rompimento do partido com o governo no congresso nacional da agremiação, marcado para o dia 15 de novembro.

"Evidentemente que todo congresso é um cenário de muita liberdade, tendo em vista que dentro do partido há pessoas que são favoráveis à coligação ou não. Esse tipo de conflito é muito saudável para ser discutido", afirmou Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães.

O ex-ministro disse que o fim da aliança não está na pauta, mas destacou que os militantes vão querer discutir o assunto no encontro que marca os 50 anos do partido. Oficialmente, segundo ele, o partido se reunirá para discutir seu programa econômico, que tem sido tocado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), e a modernização do seu estatuto a fim de torná-lo mais "democrático.

Questionado se a anunciada saída de Temer da articulação política e a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defensor de um rompimento imediato, poderia acelerar a saída do PMDB do governo, Franco esquivou-se de uma resposta conclusiva.

"Essa crise, ela tem uma característica que difere das outras que é a velocidade dos fatos. Não sei se eles (os fatos) resistem até o Congresso. Quando vai resolver? Não sei", opinou. "Se eu soubesse (o que iria ocorrer), estaria ganhando dinheiro" brincou.

Delação

Moreira Franco também saiu em defesa de Temer, que foi citado em delação premiada do lobista Júlio Camargo, em matéria publicada pelo Estado. Segundo o delator, outro lobista, o Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, era conhecido por representar o PMDB, o que incluiria Temer, Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Para o ex-ministro, que conversou mais cedo com o vice, a nota é "muito clara". Na manifestação, Temer disse que não conhece Júlio Camargo nem Fernando Soares e contesta as informações dadas pelo delator, classificando-as como "inteiramente falsas".

"Isso é absolutamente fantasioso e mentiroso", criticou Franco. Questionado se isso não poderia levar a um pedido de anulação da delação, ele disse que não saberia dizer, porque não é advogado.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação