Politica

Presidente do STJ diz ser "improvável" anulação da Lava-Jato

"É muito pouco provável; acho improvável pelos fatos que estão postos", disse o presidente da corte, Francisco Falcão

Eduardo Militão
postado em 28/08/2015 13:34
O Superior Tribunal de Justiça, que já anulou pelo menos três grandes operações policiais, não deve invalidar a Lava-Jato na opinião do presidente da corte, Francisco Falcão. "É muito pouco provável; acho improvável pelos fatos que estão postos", disse ele nesta sexta-feira (28/8), ao anunciar seminário sobre lavagem de dinheiro, que começa semana que vem.

O relator das quatro investigações da Lava-Jato no tribunal, Luís Felipe Salomão, disse que ainda é preciso esperar. "É cedo para analisar o caso específico", afirmou ele, em entrevista coletiva. No tribunal, correm inquéritos contra os governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Acre, Tião Viana (PT), e o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia Mário Negromente. Há ainda uma apuração sigilosa sobre um magistrado.



O STJ praticamente jogou na lixeira três grandes operações da Polícia Federal nos últimos sete anos. A Castelo de Areia, que apurou pagamentos de propina da Construtora Camargo Corrêa, a Boi Barrica, sobre crimes financeiros cometidos pela família Sarney, e a Satiagraha, sobre corrupção e delitos financeiros do banqueiro Daniel Dantas, foram todas invalidadas por problemas técnicos na obtenção de provas e condução das investigações.

Falcão e Salomão disseram que o seminário da semana que vem pode sugerir melhorias na lei de combate à lavagem. O relator da Lava-Jato disse que a cooperação internacional entre os países é um instrumento importante. Segundo o jornal "O Estado de S.Paulo" a empreiteira Odebrecht foi à Suíça recorrer novamente contra o envio de.documentos que comprovam que ela pagou propina no exterior com dinheiro desviado da Petrobras.

Salomão criticou a iniciativa. "É inócua essa medida", disse. "Se houve essa conduta, ela precisa ser examinada, apurada e regularmente punida."

Falcão afirmou que as barreiras para os crimes de lavagem estão mais eficientes. "O mundo está ficando pequeno. Hoje, não há segredo de pessoas e recursos."

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