Parlamentares não pouparam críticas à proposta do Orçamento de 2017 enviada pelo governo ao Congresso Nacional, ontem, e que prevê deficit de R$ 30,5 bilhões, algo inédito na história do país.
;O governo pediu recuperação judicial;, afirmou o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (01/08) com a presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
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O democrata criticou a forma como a presidente Dilma Rousseff, ao enviar a peça orçamentária ao Congresso, transferiu a responsabilidade de redução de gastos para o Legislativo. Maia elogiou Levy e afirmou que ele é uma ;peça isolada no caminho da racionalidade; do que precisa ser feito, que é a diminuição das despesas do governo. ;O Brasil precisa cortar gastos. E essa proposta precisa partir do Executivo. Se a presidente Dilma insistir que temos que fazer isso, temos que considerar que ela caiu. Ela ainda não entendeu;, afirmou o parlamentar, destacando que não há caminho para aumento de tributos dentro do Congresso.
Irresponsabilidade
;O que estamos vendo ao longo desses anos é uma irresponsabilidade fiscal sem limites;, afirmou o deputado Pauderney Thomas Avelino (DEM-AM). Para ele, não está havendo sintonia entre Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, na condução do ajuste fiscal e na execução dos cortes de gastos do governo. Rodrigo Maia, nesse sentido, sugeriu a extinção do Ministério do Planejamento. ;Elaborar o Orçamento é responsabilidade da Fazenda. A existência do Planejamento é o grande problema. E por isso o está gerando problemas para vossa Excelência fazer o seu trabalho;, afirmou Maia.
Outros deputados também destacaram a importância de a proposta de corte de gastos no Orçamento vir do Executivo e da necessidade de haver limite para todos os órgãos, inclusive, o Congresso. ;Entendo que estamos diante de uma grave crise, mas a presidente continua agindo como se voasse em céu de brigadeiro. Entendo que o senhor propõe medidas, mas o governo do qual o senhor participa não entende a mesma linguagem;, criticou Pauderney.