postado em 15/09/2015 16:23
O empresário Milton Pascowitch, acusado de intermediar pagamento de propina de empresas contratadas pela Petrobras, segundo investigações da Operação Lava Jato, pediu nesta terça-feira (15/9) que a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão fosse secreta, como condição para que pudesse revelar irregularidades nas decisões de investimento dos fundos de pensão.;Em função do acordo de colaboração que firmei na 13; Vara da Justiça Federal do Paraná e sob recomendação dos meus advogados, motivado pela entrega da denúncia feita pela Procuradoria, eu me coloco a disposição no que souber;, disse, mas destacou a necessidade de manter em sigilo o conteúdo da delação premiada homologada pela Justiça.
Antes que a CPI fechasse as portas, Pascowitch antecipou que nunca teve, em qualquer época, contato com fundações de previdência. ;Nunca encaminhei nenhum negócio, mas como os fatos estão relacionados com fatos de outras empresas que tiveram negócios com fundações, me coloco à disposição em sessão reservada;, disse.
Em agosto, Pascowitch esteve na CPI da Petrobras para falar sobre as denúncias, mas, orientado pelos advogados, se manteve em silêncio e os parlamentares chegaram a fechar as portas para tentar obter o depoimento. ;Minha posição não é igual à tomada na CPI da Petrobras, porque não havia denúncia oferecida pela Procuradoria;, afirmou.
[SAIBAMAIS] Na época, o juiz da 13; Vara da Justiça Federal em Curitiba, Sérgio Moro, não autorizou o acesso ao conteúdo da delação premiada do lobista em uma sessão pública. O conteúdo da delação foi classificado como essencial pela Polícia Federal para a 17; fase da Operação Lava Jato, denominada Pixuleco, que resultou na prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
O empresário, dono da Jamp Engenheiros Associados, é apontado como um dos operadores de propinas pagas em função de contratos de construção de sondas para a petrobras. O depoimento na CPI dos Fundos de Pensão foi aprovado, no início deste mês, para que Pascowitch explicasse a relação mantida com José Dirceu.
Em depoimento à Justiça de Curitiba, o empresário afirmou ter intermediado o pagamento a Dirceu e ao PT e que o dinheiro foi usado em campanhas eleitorais. A CPI tenta também confirmar denúncias de que Dirceu influenciou decisões de investimentos dos fundos.