Politica

CPMF veio para poupar cortes em educação e saúde, por exemplo, diz Pimentel

Ele afirmou que o Brasil está, no momento, debatendo com problemas de curto prazo. "O Brasil não vai morrer

Agência Estado
postado em 15/09/2015 20:17
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), disse que os ajustes anunciados pelo governo federal nos últimos dias são "uma luz no final do túnel." "Não vamos resolver problemas do orçamento federal só com cortes de recursos. Vai cortar ministérios? Sim, uns 10, 12. Mas me perguntaram esses dias: vai cortar os gastadores (saúde e educação)? Não, não tem jeito. Por isso que veio a CPMF: para poupar cortes em educação, por exemplo. Vamos ser realistas", declarou.

Pimentel afirmou que o Brasil está, no momento, debatendo com problemas de curto prazo. "O Brasil não vai morrer. Precisamos nos libertar da política de curto prazo e caminhar para o futuro Mas aí não depende só das soluções que a política tem a oferecer. Os empresários, por exemplo, têm a inovação para usar a favor", disse, ao participar de painel no 16; Congresso Brasileiro de Mineração e da Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), nesta terça-feira, 15, ao lado do presidente da Vale, Murilo Ferreira, e do presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Jr.

Ele avaliou que o Brasil vai sair da discussão do curto prazo e recuperar a capacidade do diálogo. "E as centrais sindicais que me desculpem, mas é hora de mudar". Pimentel destacou que o País precisa de agilidade nas reformas estruturais para ter menos burocracia. "A agilidade não deve vir na condenação de um investigado antes de se provar as acusações e ele vire realmente réu. Isso não é bom para o País. É preciso ter cautela dos juízos que estamos fazendo", ressaltou, sem citar diretamente as operações Lava Jato e Acrônimo.

Para o governador, já que haverá uma interrupção da velocidade das ações para melhoria e redução da desigualdade social, há de se aproveitar a oportunidade para "corrigir erros que são imputados nas contas de gastos sociais." "As corporações do poder público têm privilégios absurdos - e é só ver no Portal da Transparência se os gastos são compatíveis com os da população brasileira. O rombo da previdência pública é superior ao rombo do INSS. Vamos ter que tomar medidas muito rigorosas contra essas questões", declarou.

Sobre o setor de mineração, Pimentel comentou que ninguém previu o fim do ciclo favorável das commodities, mas que cada agente do setor privado e público tem a sua responsabilidade para reverter o cenário atual. "Cada empresa e governo estava fazendo tudo certinho, quando foi acometido pelo colapso do preço do minério. O Brasil não está tão ruim assim. O mundo mudou completamente nos últimos três anos", declarou.

Para ele, o preço global da tonelada do minério de ferro não volta aos patamares de US$ 150 nem o valor internacional do petróleo retoma os recordes anteriores. Além disso, concorda que o efeito China pode ser prejudicial ao setor, mas ao mesmo tempo acredita que, se a China não "carregar o mundo nas costas", o mundo se torna mais competitivo.

Já sobre Minas Gerais, o petista garantiu que, por mais que o Estado esteja com dificuldades financeiras, não chegará à situação do Rio Grande do Sul. "Isso não vamos permitir nunca de deixar de pagar salários e chegar ao ponto do Rio Grande do Sul. Mas excesso de salários vamos cortar", disse.

O governador ainda informou que até a semana que vem enviará um Projeto de Lei para apreciação na Assembleia Legislativa de mudanças nos procedimentos de licenciamento ambiental, que, na sua concepção, atrapalha o andamento de investimento do setor industrial, principalmente o de mineração. "Quando chegamos ao governo tínhamos 4.600 licenciamentos parados. Nós estamos trabalhando desde então para melhorar esses procedimentos. Nessa PL vamos colocar prazo para elas saírem e vamos descentralizar: tentar passar para os municípios tudo o que poderá ser passado", explicou.

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