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Movimentos e deputados pedem que Cunha apresse análise de impeachment

Presidente da Câmara não deu prazo para avaliar pedidos de cassação. Movimentos pressionam deputados que não engrossam grupo anti-Dilma

Eduardo Militão
postado em 17/09/2015 14:27

O técnico Carlos Lacerda e o jornalista Osmir Medeiros distribuíam cédulas de dinheiro com as fotos de Dilma e Lula

Movimentos sociais e deputados de oposição pediram na manhã desta quinta-feira (17/9) que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresse a análise dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Hoje, o jurista Miguel Reale e a filha do jurista Hélio Bicudo, Maria Lúcia, complementaram o pedido anterior de cassação da presidente para corrigir falhas formais nos documentos. Reale ainda disse que acrescentaram novos motivos para se tirar Dilma do poder: a edição de decretos para suplementação orçamentária sem autorização do Congresso. Reale e Bicudo entendem que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal ao fazer empréstimos simulados em bancos para pagar programas sociais para não impactar o orçamento, as chamadas ;pedaladas fiscais;.

Porém, Cunha não prometeu sequer uma data para analisar os pedidos. ;Eu não prometi nada;, disse ele, ao final do encontro. Ele disse que, como presidente da Casa, é natural receber as pessoas para avaliar os pleitos. Cunha disse que ainda vai analisar uma questão de ordem da oposição sobre qual o trâmite que deverá ser dado a todos os pedidos de cassação do mandato de Dilma.

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Reale disse que ele e Bicudo sempre foram defensores dos direitos humanos e que não há golpe ; como alega o PT ; quando se pede o impeachment. ;Lutamos contra a ditadura dos fuzis e lutamos agora contra a ditadura da corrupção.; Maria Lúcia afirmou que é preciso ;deixar de lado a corrupção e a mentira; do governo petista.

O Movimento Brasil Livre (MBL) era uma das organizações estavam no salão verde distribuindo cédulas de ;pixulecos; com as fotos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles ainda espalharam bonecos infláveis de Lula com roupas de presidiário pelo local. O técnico em eletrônica Carlos Lacerda, 58 anos, e o jornalista Osmir Medeiros, 54 anos, engrossavam o grupo.

Um dos líderes do MBL, Fernando Holiday, esteve no encontro com Cunha e cobrou a participação de políticos de outras legendas. ;A história haverá de cobrar dos senhores a covardia;, ameaçou. Morador da periferia de Carapicuiba (SP), ele disse que a família veio de Brumado (BA) e passou fome, mas rejeita a afirmação de que Lula e Dilma ajudaram os pobres do país. ;O que Lula e Dilma mais fizeram para os pobres foi roubá-los e enganá-los;.

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