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Dilma se reúne de novo com líderes da Câmara para "medir temperatura"

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postado em 17/09/2015 15:37

Na segunda reunião com deputados, desde que anunciou o pacote de medidas econômicas para solucionar o déficit previsto para o próximo ano, a presidente Dilma Rousseff ;falou pouco e ouviu muito;, segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Ele descreveu o encontro, que também teve a presença dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Comunicações), como ;uma reunião descontraída; para ouvir os parlamentares e medir a temperatura no Congresso.

Segundo o líder, Dilma informou aos parlamentares que irá apresentar o resultado da reforma administrativa prometida pelo Planalto na próxima quarta-feira (23/9), com a redução dos ministérios. Para Guimarães, isso pode melhorar o clima diante do pacote anunciado e a possibilidade de retomada da CPMF. Ele garantiu que os rumores sobre mudanças na estratégia anunciada pelo governo não passam de especulação. ;Não foi tratado nada que está sendo especulado. Não houve discussão sobre mudanças nas medidas anunciadas;, disse.

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Durante o encontro, os líderes governistas levantaram pontos que podem dificultar a aprovação da criação de um novo imposto. Guimarães classificou como ;disposição; para encontrar soluções e aprová-las. Para ser aprovada como proposta de emenda à Constituição, a nova contribuição tem que ter 308 votos favoráveis no plenário da Câmara (3/5 dos deputados).

O líder do PSD, Rogério Rosso disse ter a impressão de que a presidente está ;aberta ao diálogo e focada no ajuste; e de que está assumindo ;mais diretamente; a articulação com parlamentares ; papel que foi comandado, nos últimos meses, pelo vice-presidente Michel Temer.

Mesmo com a aproximação de Dilma e sua base, Rosso avaliou que a aprovação do imposto não será fácil, ainda que tenha o apoio dos governadores, que querem receber parte da nova arrecadação. ;Mesmo com a adesão dos governos, os 308 [votos na Câmara] ainda estão longe, porque é preciso dialogar coma a sociedade. A sociedade tem repulsa às palavras imposto e contribuição;, afirmou. ;Ainda que não foi estudado um plano B;, acrescentou.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a criticar o pacote de medidas, e defendeu que a saída para o país é resultado de um conjunto de ações que tem como primeiro passo um corte ;real; dos gastos públicos. ;O governo começa a ganhar credibilidade na hora em que começa a cortar efetivamente seus gastos e, neste pacote, tem apenas R$ 2 bilhões de cortes e, destes, R$ 200 milhões estão sendo anunciados pela redução de ministérios. Se eu, aqui, com contingente muito menor de mão de obra, cortando apenas hora-extra tenho uma economia de R$ 80 milhões ano, como é que cortar ministérios e todas as assessorias economia apenas R$ 200 milhões?;, perguntou.

Para Cunha, que assumiu uma posição de independência do governo no primeiro semestre deste ano, o governo só vai começar a recuperar confiança de agentes econômicos quando mostrar controle das contas ;pela sua ação e não com aumento de carga tributária ou com artifício de transferir despesa para terceiros;. Cunha não comentou a durabilidade da nova CPMF, que não foi enviada ainda como proposta para o Congresso, e voltou a defender que o dinheiro da repatriação de recursos no exterior seja repassado a estados e municípios para sanar, por apenas um ano, a situação dos governos locais.

Perguntado sobre a decisão da Mesa Diretora da Câmara em relação às cotas de recursos parlamentares, Eduardo Cunha garantiu que não houve qualquer aumento de custo na Casa. Ele explicou que o ato permite que os deputados remanejem, dentro do volume total de recursos, os gastos em determinados itens. ;Você tem correção de preço de combustível e você não adequou. Se adequar, sem alterar cota total, você vai ter que gastar menos em outro item;, exemplificou.

O presidente da Câmara afirmou que nem todos os parlamentares usam igualmente os valores destinados a cada rubrica e que estes valores são apenas uma espécie de referência. ;Tem um limite por item. Se o parlamentar vai usar em cursos, vai ter menos dinheiro para usar em gasolina. Mas foi zero de gasto a mais [para a Casa]. Não foi aprovado e nem será aprovado;, assegurou, destacando que a direção das decisões da Mesa são opostas a criação de despesas. Esta semana, o colegiado aprovou um corte de horas extras na Casa que, segundo cálculos de assessores, vai representar uma redução de despesas de R$ 80 milhões a cada ano.

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