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Planalto conta votos no Senado e confia em Renan para barrar impeachment

Os governistas mapearam o apoio a Dilma no Senado e já iniciaram o corpo a corpo com a base de apoio à presidente

Diante do apoio recebido na Câmara dos Deputados pelo movimento em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Palácio do Planalto passou a apostar no Senado como a última e mais segura barreira para evitar a interrupção deste segundo mandato da petista. O Senado é responsável por dar seguimento ao processo após a Câmara dos Deputados autorizar sua abertura. Na quinta-feira passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu o pedido de impeachment assinado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.



Parte do grupo ligado a Renan tem o entendimento de que, em meio à falta de solução para as crises política e econômica, assumir o comando do País com o vice Michel Temer (PMDB) traria apenas desgaste à legenda, que trabalha para lançar uma candidatura presidencial em 2018. Segundo esse grupo, é impossível fazer um prognóstico do que pode acontecer no curto prazo e um posicionamento contra ou a favor de um rompimento seria estrategicamente errado.

Mesmo uma coalizão com partidos de oposição, caso Temer assuma o lugar de Dilma, é vista como frágil, uma vez que legendas como o PSDB não detêm uma militância forte que pudesse blindar reações de movimentos sociais ligados ao PT. Nas hostes da cúpula do PSDB do Senado, também há tucanos, ligados ao presidente da legenda, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado, que consideram que assumir o País agora é "entrar no salão, no fim da festa, e ter que arrumar toda a bagunça deixada pelos adversários". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.