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Lobista envolvido na Lava-Jato e ligado ao PMDB se entrega à polícia

João Augusto Henriques era procurador para ser preso temporariamente, sob acusação de operar propinas para o ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada

Eduardo Militão
postado em 21/09/2015 14:42

O lobista ligado ao PMDB João Augusto Rezende Henriques se entregou à Polícia Federal por volta das 13h desta segunda-feira (21/9). Ele era procurado por ser alvo de mandado de prisão temporária na 19; fase da Operação Lava-Jato ; apelidada de ;Nessun Dorma; -, deflagrada hoje em São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.

Henriques admitiu em conversa gravada em 2013 que pagava propinas para políticos do PMDB a partir de contratos com irregularidades na Petrobras. Ele chegou a dizer que, de um negócio de US$ 800 milhões com a empreiteira Odebrecht, US$ 8 milhões foram parar nas mãos do então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, nas eleições de 2010, quando a presidente Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez.

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Um dos maiores

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima detalhou a atuação de Henriques na Diretoria de Internacional da Petrobras, que foi comandada por Jorge Zelada. ;Esse operador é talvez um dos maiores da área internacional;, disse o procurador. ;Estamos seguindo os valores desviados da Petrobras, seguindo os operadores, que são os que providenciam o dinheiro limpo para as partes.;

Carlos Fernando afirmou que o Ministério Público vai aprofundar as investigações sobre o lobista. O objetivo é pedir a prisão preventiva de Henriques após os cinco dias da detenção temporária.

Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF no Paraná, Igor Romário de Paula, Jorge Zelada recebeu propina para que a Petrobras contratasse o navio-sonda Titanium por US$ 1,6 bilhão. Parte dos valores foram recebidos no exterior. Henriques é apontado como o operador usado por Zelada no negócio. No Rio de Janeiro, a PF cumpriu duas conduções coercitivas ligadas à dupla.

Quando a Diretoria de Internacional da estatal foi dirigida por Nestor Cerveró, os investigadores sustentam que o operador de esquemas de corrupção passou a ser Fernando ;Baiano; Soares.

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