Politica

Cunha critica proposta do governo e diz que cortar dez ministérios é pouco

Presidente da Câmara pretende acelerar votação de PEC de sua autoria para redução no número de pastas para 20. Ao seu ver, proposta de cortar R$ 200 milhões %u201Cnão é economia nenhuma%u201D

Rosana Hessel
postado em 21/09/2015 16:30
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a proposta de reforma administrativa que a presidente Dilma Rousseff vem tentando conduzir e que, de acordo com dados dos ministérios do Planejamento e da Fazenda, terão um impacto inicial de R$ 200 milhões como corte de 10 ministérios. ;Acho pouco. Deveria reduzir para 20, que é a minha proposta. E eu vou continuar defendendo a minha PEC (Proposta de Emenda à Constituição);, disse Cunha nesta segunda-feira (21/09), ao chegar ao Congresso Nacional.

;Quando o governo fala que vai economizar R$ 200 milhões, com a redução de 10 ministérios, não pode ser vero;, afirmou ele lembrando que, com o corte de horas extras na Câmara, ele conseguiu uma economia de R$ 80 milhões por ano. ;Se conseguimos cortar isso com um número muito menor de funcionários, o governo falar que vai economizar R$ 200 milhões com a redução de 10 ministérios, não é economia nenhuma;, criticou. A expectativa é que a presidente Dilma anuncie na próxima quarta-feira (23/9) os detalhes da reforma administrativa.



O presidente da Câmara avisou que pretender colocar a PEC de sua autoria em votação amanhã no Plenário da Casa. Em abril deste ano, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a PEC que reduz para 20 o número de ministérios. O governo atualmente possui 39 ministérios, sendo que dois estão sem seus respectivos titulares: a Secretaria de Relações Institucionais e a Secretaria de Assuntos Estratégicos. São necessários 308 votos dos 513 para a proposta ser aprovada. Depois, o texto será encaminhado para a CCJ do Senado Federal e, se aprovada, seguirá para apreciação do plenário, onde são necessários 49 votos dos 81 senadores.

Laranjas
Pouco antes de chegar ao Congresso, Cunha esteve reunido com o vice-presidente, Michel Temer, e vários senadores do PMDB. Ele criticou a falta de modulação do Supremo Tribunal Eleitoral da proposta de mudança do financiamento de campanha. ;Estamos estudando apresentar uma questão de ordem para esclarecer o episódio;, afirmou ele, lembrando que, com a proibição do financiamento de empresas, haverá uma proliferação de aluguel de doadores. ;Vai ganhar quem pagar aluguel de doador. Vai aparecer um monte de doador frio e laranja. E, com isso, vai se eleger quem tiver sindicato, máquina, do lado. É isso que vai acontecer;, disse.

Sem articulação
Em relação ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ele disse que vai responder à essa semana. ;Vou ver o esboço que eu pedi para os técnicos me entregarem hoje. Minha expectativa é responder esta semana sim;, avisou.

Cunha também lamentou a saída de Temer da articulação política com o Congresso e o fato de que o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, seja escalado para assumir o papel. ;Veja bem. Se você estava dialogando com o vice-presidente da República, ex-presidente da Câmara três vezes, e você passar o cargo para qualquer outro, evidentemente, que não vai melhorar. Pode até não piorar, mas, melhorar, não vai;, concluiu.

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