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Temer: é preciso 'dar tempo ao tempo' para PMDB chegar a acordo

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), deseja que a bancada controle dois ministérios, sendo um deles a Saúde

Agência Estado
postado em 22/09/2015 18:03

O vice-presidente Michel Temer admitiu nesta terça-feira (22/9) que ainda não há acordo para a reforma ministerial. No comando do PMDB, Temer prefere que o partido não faça indicações e deixe a presidente Dilma Rousseff à vontade para compor a equipe, mas a bancada do PMDB na Câmara quer o Ministério da Saúde, controlado pelo PT.

"É preciso esperar um pouco mais. Vamos dar tempo ao tempo", disse Temer ao jornal O Estado de S.Paulo, ao voltar de um almoço, no Palácio do Jaburu, com amigos do PMDB, entre os quais o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro da Aviação Moreira Franco e o ex-deputado Geddel Vieira Lima. "Com o tempo, as bancadas se entendem", amenizou o vice.

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O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), deseja que a bancada controle dois ministérios, sendo um deles a Saúde. O governo aceita entregar a Saúde, dependendo do nome indicado, desde que o PMDB lhe dê sustentação no Congresso para apoiar o pacote fiscal e barrar eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Quando Dilma foi eleita pela primeira vez, em 2010, o então governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), chegou a anunciar que Sérgio Côrtes, então secretário estadual, seria ministro da Saúde. Dois dias depois, teve de recuar e Dilma nomeou Alexandre Padilha (PT).

Reação

No ano passado, Padilha deixou o ministério para concorrer ao governo de São Paulo. A cadeira foi ocupada, então, por Arthur Chioro (PT), indicado pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. Chioro tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e rumores sobre sua saída já provocaram forte reação do PT.

Em conversas reservadas, dirigentes do PT dizem que o partido não aceita entregar nem Saúde nem Educação e o recado já foi enviado ao Palácio do Planalto. Emissários do Planalto avisaram os petistas, porém, que precisam do PMDB para manter a governabilidade.

Diante das reações negativas no partido sobre a fusão dos ministérios do Turismo com Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Dilma não deve mais unir essas pastas. Com isso, tudo indica que Henrique Eduardo Alves - homem da confiança de Temer e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - continuará no Turismo.

Apesar dos apelos de Temer para que o PMDB não faça qualquer indicação, uma ala do partido no Senado quer desalojar Gilberto Kassab (PSD) do Ministério das Cidades e Gilberto Occhi (PP) de Integração Nacional, ampliando não apenas o seu espaço na Esplanada como a influência das pastas comandadas pela legenda.

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