Politica

Ministro da Comunicação critica 'intolerância política extrema' no país

"Chegamos a um extremo onde não tem ética, não tem limite, é um jogo do vale tudo", afirmou Edinho

Agência Estado
postado em 07/10/2015 12:45
O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, aproveitou sua participação no 27; Congresso Brasileiro de Radiodifusão para fazer uma fala de desagravo ao ex-senador José Eduardo Dutra (PT), que morreu nesta semana, e criticar "a intolerância política extrema". "Não pode ser normal que estejamos chegando a extremos. Não pode no velório do ex-senador Dutra, onde a família está enterrando alguém que ama, sofrendo, aquilo virar um ato de intolerância contra um partido, no caso o meu", disse.

[SAIBAMAIS]Edinho ressaltou que os reflexos da eleição polarizada o preocupam. "Chegamos a um extremo onde não tem ética, não tem limite, é um jogo do vale tudo", afirmou.

O ministro disse ainda que é possível construir um país democrático, com toda a diversidade que o Brasil sempre teve e que não consegue conviver com a intolerância. "Vou continuar falando contra a intolerância em todas as oportunidades", comentou.

Panfletos no velório
Na segunda-feira (5/10) durante o velório do ex-senador José Eduardo Dutra (PT), foram jogados de um carro panfletos com a frase "Petista bom é petista morto". O ex-parlamentar morreu no domingo, 4, na capital mineira, vítima de câncer, aos 58 anos. A polícia está investigando o caso.

O grupo também jogou outro panfleto, no qual uma montagem mostra uma foto da presidente Dilma Rousseff (PT) como se estivesse sentada em um vaso sanitário, e a frase "Só faz cagada". Abaixo, o número 7%, referência ao índice de aprovação do governo, e uma imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dutra morreu na madrugada de domingo em Belo Horizonte, onde estava morando com a mãe. Ele foi também presidente da Petrobras e do PT nacional.

Ajustes
Edinho Silva também afirmou que o governo tem feito aquilo que precisa ser feito do ponto de vista do ajuste econômico, mas reconheceu que há desafios estruturantes importantes para que o país retome o crescimento de forma sustentável. "Nenhum governo é eleito para fazer ajuste", disse. "O grande debate é o que vem pós-ajuste."



O ministro comentou que os desafios econômicos estão atrelados aos atuais desafios políticos e que está "muito otimista" com a reforma administrativa promovida pela presidente Dilma Rousseff. "Sem estabilidade política é impossível termos perspectivas de superação do desafios econômicos", afirmou. "É preciso ter paz política para que as medidas econômicas possam prosperar", completou.

Edinho afirmou ainda que não se pode criar precedentes que possam fragilizar a estabilidade institucional "a ponto de os interesses políticos partidário estarem acima dos interesses nacionais."

O ministro reconheceu que há uma crise de representatividade que coloca em xeque o modelo de Estado que tem feito com que todas as esferas do governo estejam com baixa popularidade. "Eu defendo a política como a arte de construção de consensos. Não existe nenhum grande avanço civilizatório que não fosse construído por consenso por meio da política", disse. "Toda vez que política cai na descrença eu fico temeroso."

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