Politica

Levy: Desafio da gestão pública é racionalizar gastos e limitar tributos

O ministro disse também que a desintoxicação da economia deve ser prioridade

postado em 07/10/2015 14:42
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (7/10) que o grande desafio da gestão pública é a racionalizar os gastos do governo e estar atento à carga tributária, que tem seus limites.

Levy participou do 5; Congresso de Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público, realizado na Escola Superior de Administração Fazendária (Esaf) em Brasília. Segundo ele, se há uma demanda crescente por serviços públicos é importante observar que o governo tem limites orçamentários.

"Se, por um lado, a capacidade de tributação tem limites, por outro, há expectativas - concretas e legítimas - de provisão e melhora de serviços públicos;.



Para o ministro da Fazenda, a capacidade de se extrair recursos da sociedade é limitada, uma vez que há um ponto em que a incidência de impostos pode prejudicar a atividade econômica. Observou, porém, que há outro ângulo da questão, que é existência, na sociedade, de demanda crescente por serviços. ;Como podemos conciliar, diante das restrições? A chave está na racionalização [dos gastos] e na priorização [de projetos]", afirmou.

O ministro lembrou que, no Brasil, as aposentadorias preenchem 40% dos gastos público do governo federal. Outra despesa significativa, segundo Levy, se refere à área de saúde. Citou também, como relevantes, as despesas com programas assistenciais de transferência de renda, serviços essenciais para o setor produtivo e educação. ;Esses são os grandes itens do gasto público;, disse.

Segundo Levy, é importante que o governo esteja sempre atento para identificar como ;está gastando e em quê está gastando;. De acordo com o ministro da Fazenda, essa responsabilidade do governo visa a garantir que ;cada real e cada centavo posto na mão da administração pública pela própria sociedade tenha o melhor destino e o melhor resultado;.

[SAIBAMAIS] O ministro defendeu ainda a desindexação da economia. Para ele, mesmo com a estabilidade da moeda, o país ainda tem o hábito de ficar ;revivendo o passado;, atrelando preços a algum tipo de índice. ;Isso torna a política monetária mais difícil de ser conduzida, mais onerosa;, acrescentou Levy.

Levy disse que a desindexação da economia constitui uma prioridade para o país. Essa tarefa, conforme acrescentou o ministro da Fazenda, conta com defensores no setor privado. ;A indexação diminuirá os grilhões que nos amarram ao passado;, disse.

O 5; Congresso Internacional de Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público, promovido pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, começou hoje (7/10) e termina na próxima sexta-feira (9/10). O evento debaterá a qualidade dos gastos da máquina administrativa e a necessidade de transparência nas políticas públicas.

O relator-geral do Tribunal de Contas do Governo Francês, François Monier, falará, durante o congresso, sobre diminuição dos gastos públicos em contexto de austeridade orçamentária. O secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, também participa do evento.

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