postado em 14/10/2015 16:47
Após almoçar com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-CE), o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que ficou acertada a análise dos vetos presidenciais somente em novembro. O governo sofreu três derrotas consecutivas em duas semanas ao não conseguir quórum mínimo para a análise das restrições da presidente Dilma Rousseff a projetos importantes para o governo. Para que haja a votação, Renan precisa convocar uma sessão conjunta no Congresso. Após os fracassos, na última semana, o governo havia sinalizado que deixaria para analisar a matéria em novembro, para ter a garantia de alinhar a base e não perder novamente. Mas, depois de reunir-se com líderes da base nesta terça-feira, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, chegou a pedir a Renan que chamasse a votação para esta quarta. Ainda ontem, porém, o presidente do Congresso disse que que não achava prudente convocar a sessão agora.
"Tratamos (no almoço) das questões dos Congresso, especialmente os vetos. Chegamos à conclusão de que se deve deixar para o mês que vem", disse Temer. A derrubada dos vetos pode ter um impacto de R$ 63,2 bilhões aos cofres públicos até 2019. As principais matérias que sofreram restrições são o aumento do salário mínimo a todos beneficiários do INSS e a dedução de imposto de renda aos professores correspondente ao gasto com compras de livros.
Mais do que a pressa para resolver essa pendência, a prioridade é garantir que será atingido o quórum de 257 deputados e 42 senadores necessários para iniciar a votação e também assegurar a manutenção dos vetos. O governo queria livrar-se logo desta agenda, mas também não quer uma nova derrota. A ideia é também que se junte à análise os vetos feitos em setembro e outubro. Enquanto isso, o governo trabalha para liberar emendas e cargos aos parlamentares insatisfeitos a fim de garantir apoio.
Outros projetos importantes
Temer disse também que conversou sobre uma outra questão prioritária ao governo, que é a aprovação da prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2019. "Tentamos também agilizar a votação da DRU e os demais projetos que ainda estão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). E o Eduardo Cunha vai ajudar a agilizar esses projetos", afirmou o vice-presidente.