postado em 16/10/2015 07:16
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nessa quinta-feira (15/10) que o novo pedido de abertura de inquérito contra ele, protocolado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no Supremo Tribunal Federal (STF) é ;solução; e não ;problema;, pois vai poder ter acesso às denúncias para preparar a defesa.
[SAIBAMAIS]Em entrevista a jornalistas, Cunha reclamou que só tinha conhecimento das denúncias a partir das matérias publicadas na imprensa: ;Eu tomei conhecimento por nota dos jornais, não fui notificado e meu advogado vai tomar as providências;, disse Cunha, que ironizou o fato: ;Toda quinta e sexta-feira eu espero uma denúncia. Já virou rotina;.
Cunha também ironizou as informações de que está negociando com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um ;acordão; para não levar adiante nenhum pedido de impeachment feito pela oposição contra a presidente Dilma Rousseff, em troca de uma blindagem no Conselho de Ética da Câmara para a representação protocolada pelo PSOL e Rede Sustentabilidade, na terça-feira (13/10).
Ele negou ter se encontrado ou tratado da questão com o ex-presidente: ;Vocês sempre insistem, como se eu estivesse escondendo encontro. Não falo com ele [Lula] por telefone há algum tempo, não falei com ele pessoalmente, não troquei telefonema. Ele não pediu para encontrar, eu não pedi para encontrar, não foi feito nenhum contato, essa é a verdade;, disse.
Indagado se despacharia algum pedido de impeachment, Cunha disse que não vai tratar do assunto enquanto não entrar com recurso contra as decisões do STF que suspenderam o rito definido por ele para a tramitação de um eventual processo de impeachment da presidente: ;Esperamos que até amanhã a gente tenha condição de responder. Se, porventura, não conseguir, eles [os advogados da Câmara] vão trabalhar no fim de semana e a gente entra com o recurso segunda-feira. Pela complexidade das respostas, às vezes, a celeridade pode atrapalhar a qualidade. Estamos no detalhe, vendo ponto a ponto;.
No novo pedido de investigação feito ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral Rodrigo Janot cita contas atribuídas a Cunha na Suíça. A mulher do presidente da Câmara, Cláudia Cruz, e sua filha, Danielle Cunha, também são citadas na ação.
Com o pedido de abertura de inquérito. Eduardo Cunha passa a ser alvo de dois processos no Supremo, originados das investigações da Operação Lava Jato. Em agosto, Janot denunciou o presidente da Câmara dos Deputados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.