Eduardo Militão
postado em 16/10/2015 07:32
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento voluntário em Brasília ontem em inquérito do Ministério Público que apura se ele praticou tráfico de influência internacional para beneficiar empreiteiras como a Odebrecht em empréstimos no exterior concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A oitiva foi feita fora da Procuradoria da República do Distrito Federal a pedido dos advogados do petista, que solicitaram o depoimento aproveitando agenda do ex-presidente na capital para debater com a presidente Dilma Rousseff a crise por que passa o governo.
[SAIBAMAIS]O teor das declarações de Lula não foi divulgado, porque, a pedido do petista, o inquérito transformou-se em procedimento sigiloso, em julho. Segundo o Correio apurou, o ex-presidente respondeu a todas as perguntas e negou praticar lobby em favor de empresas. Ele defendeu sua atuação fora do Brasil como forma de incrementar as exportações brasileiras e a economia nacional.
O depoimento durou cerca de duas horas e meia, das 11h até as 13h30. O procurador Ivan Carlos Marx tomou as declarações. Segundo comunicado do instituto do ex-presidente, ;Lula argumentou que os presidentes e ex-presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de seus países no exterior;. Afirmou que esse tipo de atividade é ;motivo de orgulho;, de acordo com a nota. ;Quem desconfia do BNDES não tem noção da seriedade da instituição;, afirmou o ex-presidente, segundo o instituto.
O ex-presidente afirmou que as palestras que proferiu no exterior ; e que foram pagas por empreiteiras que, muitas vezes, tinham negócios naqueles países ; foram declaradas à Receita Federal. Os impostos foram pagos, disse o instituto.
Lula ainda disse ;jamais ter interferido; em contratos firmados entre o BNDES e as empresas. ;Mas que sempre procurou ampliar as oportunidades de divulgação dessas companhias no exterior, com vistas à geração de empregos e de divisas para o Brasil;, completou a assessoria do instituto Lula.