postado em 18/10/2015 08:02
Belo Horizonte ; O advogado Wadih Damous (PT-RJ) figurou no noticiário na semana passada como um dos quatro deputados da base do governo que conseguiram frear o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Autor de um dos mandados de segurança acatados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ; que, na terça-feira, suspendeu manobra traçada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para dar andamento a um eventual processo de afastamento de Dilma ;, Damous, novato na Casa, não está mais na Câmara. Suplente, ele deixou na sexta-feira o cargo de deputado para dar lugar a Fabiano Horta (PT-RJ), titular da vaga. Damous foi, mas volta.
Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, ele é uma peça estratégica do partido na Câmara em meio à crise política. Em uma negociação recorrente entre parlamentares, o advogado saiu do cargo, temporariamente, para que Horta pudesse apresentar emendas ao Orçamento de 2016, cujo prazo termina na terça-feira. Assim como Damous, outros três deputados suplentes tiveram que dar lugar essa semana a colegas que estavam exercendo cargos no Executivo. ;A política tem dinamismo próprio. O Orçamento está fechando e tenho indicações de emendas num total de R$ 15 milhões. Sou de Maricá (RJ) e já havia assumido uma série de compromissos na área da saúde e infraestrutura;, afirma Horta, que deve reassumir, na semana que vem, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Solidário na prefeitura do Rio.
No ano passado, cada parlamentar teve direito a apresentar emendas no total de R$ 16,3 milhões. Este ano, o valor ainda não está definido, segundo a Câmara. ;Como Fabiano Horta será candidato a prefeito numa cidade do Rio, ele queria apresentar as emendas;, explica Damous. Ele disse que retomará as atividades parlamentares no início da próxima semana e que o mérito processo no STF não deve demorar a ser julgado. ;Hoje não é nosso o problema, é um problema do Eduardo Cunha;, disse.
;Rito paraguaio;
Eleito com 37,8 mil votos, Damous, 59 anos, chegou à Câmara em maio e, apesar de novato na Casa, é cacifado no meio jurídico e famoso pelas declarações polêmicas, sendo figura importante para o PT em tempos de crise. Na terça-feira, ele disse que a ida à Suprema Corte tem como objetivo garantir o respeito à Constituição, o império da lei. ;O que queremos é impedir o rito inconstitucional. Não podemos aceitar o rito paraguaio, o golpe que está em andamento;, afirmou.
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