postado em 22/10/2015 08:58
Um dia após o recuo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reaproximado com o Palácio do Planalto, resolveu colocar em funcionamento novamente a estratégia para cozinhar em banho-maria, no Congresso, a análise das contas do ano passado da presidente Dilma Rousseff (PT). No início da noite de ontem (21/10), o peemedebista anunciou que vai conceder prazo de 45 dias para que a petista apresente sua defesa. O regimento do Senado não determina nenhum prazo para a defesa. A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas, reagiu e disse que se trata de uma manobra para procrastinar o processo, jogando a análise para fevereiro do próximo ano e, desta maneira, ajudar o governo.
[SAIBAMAIS]No entendimento da parlamentar, o governo deveria ter um prazo de 10 a 15 dias para se defender, dentro dos 40 dias que o relator teria para apresentar o seu posicionamento. ;Há uma clara intenção de jogar isso para o ano que vem. Votei no Renan, mas não posso concordar com isso. Exerço uma função e tenho que fazer o que me cabe;, afirmou a peemedebista. ;O que acho estranho é que não escutei em nenhum momento o governo falando que queria prazo;.
Na noite de terça-feira, após leitura em Plenário, Renan havia resolvido encaminhar para a CMO o parecer técnico do Tribunal de Contas da União (TCU), que rejeitou por unanimidade o balanço contábil do governo. A senadora Rose de Freitas chegou a comunicar à imprensa que concederia uma coletiva ontem para anunciar o nome do relator.
No início da tarde, ao ser surpreendida pela notícia de que o documento do TCU não havia sido encaminhado, ele cancelou a entrevista. ;Já tenho o nome escolhido, mas não posso anunciar se o parecer não chegou. Como um relator pode trabalhar sem que nada tenha sido remetido?;.
Na noite de terça-feira (20/10), o senador José Pimentel (PT-PI) e o ministro Ricardo Berzoini articularam para que o parecer fosse encaminhado sem prazo. De acordo com informações de bastidor, levaram a Renan que o governo conseguiria derrubar o posicionamento do TCU no colegiado. Mais tarde, com a intervenção do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), houve o entendimento de que não havia garantia de vitória governista na CMO e a ideia do prazo mais longo voltou.
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