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Declaração de Barroso ao Correio dá fôlego ao discurso dos governadores

Declarações do ministro do Supremo Luís Roberto Barroso ao Correio sobre as dificuldades financeiras de estados e municípios servirão de mote para fórum de administradores. Políticos e especialistas avaliam entrevista do magistrado

Paulo de Tarso Lyra, Denise Rothenburg
postado em 26/10/2015 06:00
Declarações do ministro do Supremo Luís Roberto Barroso ao Correio sobre as dificuldades financeiras de estados e municípios servirão de mote para fórum de administradores. Políticos e especialistas avaliam entrevista do magistradoO ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso deu fôlego aos governadores. A análise que ele fez em entrevista ao Correio, de que é necessário mais sociedade e menos Estado, especialmente pelo fato de que União, estados e municípios não apresentaram condições de investimento para sair da atual crise econômica, servirá como argumento para que alguns administradores estaduais levantem a bandeira de mudanças no atual sistema de distribuição de impostos e responsabilidades entre as esferas de poder. Governador de uma unidade da federação que passa por uma saraivada de dificuldades e greves em quase todos os setores, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) se prepara para lançar em seu partido e no fórum dos chefes dos estados uma discussão profunda sobre reforma administrativa. Para isso, levará na bagagem da próxima reunião a entrevista de Barroso.

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[SAIBAMAIS];Foi uma das coisas mais lúcidas que vi nos últimos tempos. Se não enfrentarmos esse debate de menos estado e mais sociedade a que o ministro se refere, vamos virar uma Grécia, vamos sucumbir;, disse o governador. Depois de quase um ano como governador do Distrito Federal, Rollemberg considera que o Estado hoje vive mais para si mesmo do que para a sociedade, diante das pressões de todas as categorias por aumento de salário sem levar em conta o todo. ;O Estado não pode viver mais para si mesmo, e sim para a sociedade. Tem que ser indutor das medidas de combate às desigualdades sociais e não agravador dessas desigualdades. Não temos serviços nem capacidade de investimento. A gente tem que debater em profundidade, serenidade e honestidade. Mas as coisas no Brasil tem sido debatidas no sentido de desqualificar o interlocutor. O ministro lança um conceito muito simples, menos estado e mais sociedade. É por aí o rumo;, disse o governador.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) concorda: ;O Brasil precisa discutir esse tema. Vivemos uma situação trágica que pode sair da crise entrando na decadência;, diz Cristovam, que se mostra preocupado ao ver um ministro do Supremo Tribunal Federal abordando temas políticos. ;Todas as vezes que vejo uma entrevista de ministro do Supremo me preocupo com a nossa democracia, que não está bem. Mas, sempre que leio, me alegro em saber que temos juízes competentes e sérios;, comenta Cristovam. ;Não vai aqui uma crítica ao juiz, mas ao momento político que estamos vivendo, que começa a misturar todo mundo. Tem político querendo julgar a presidente da República, munindo-se da tarefa de juiz. E tem juiz legislando no vazio deixado pelo Legislativo;, diz o senador.

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