Agência Estado
postado em 28/10/2015 21:48
Parlamentares de oposição a presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional dizem que a declaração feita nesta quarta-feira, 28, pelo presidente do PT, Rui Falcão, na qual ele afirma que a operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal esta semana na empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "arbitrária", é uma tentativa de atingir o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT)."Jogar tudo nas costas da Polícia Federal é alimentar a briga interna do PT contra o Ministro da Justiça. O alvo dessa declaração é ele. É como se o Cardozo pudesse frustrar uma diligência determinada pela Justiça", diz o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). A Polícia Federal cumpriu nesta segunda-feira, 26, um mandado de busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, em São Paulo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva. A ação fez parte da Operação Zelotes, que investiga fraudes e tráfico de influência no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Ao portal do PT na internet, o dirigente petista disse que a investigação da Operação Zelotes "envolve bilhões de reais e grandes empresas do mercado nacional", mas a Polícia Federal foi atrás "de um peixinho, sem sequer ter provas contra ele".
Para o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), Falcão parte de uma premissa equivocada. "O raciocínio por trás dessa declaração é que o ministro da Justiça poderia controlar a investigação. Isso não é republicano". Secretário-geral do PSDB, o deputado Silvio Torres avalia que o presidente do PT passou um recado em nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Rui é porta-voz do Lula e expressa as ideias dele. Foi ele quem defendeu a saída do (Joaquim) Levy (ministro da Fazenda) e do Cardozo", pontua.
O presidente do PPS, Roberto Freire, segue na mesma linha. "O Rui Falcão é governo. Ele que pergunte ao Ministro da Justiça e ao presidente da República se é verdade que existe um monte de tubarão envolvido sendo protegido no governo", rebate. "Em vez da fazer nota de solidariedade eles deviam dar nota de esclarecimento", conclui o dirigente.