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Documento do PMDB deve ser analisado com cuidado, diz líder do governo

O senador afirmou ainda que considera normal o manifesto dos peemedebistas

postado em 30/10/2015 16:14
Um dia após o lançamento pelo PMDB de um documento com críticas à política econômica do governo e propostas para a retomada do crescimento econômico, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PMDB-MS), avaliou que o documento tem recados que precisam ser analisados com cuidado.

;É uma contribuição importante e, claro, precisamos analisar com muito cuidado o que está nas entrelinhas. O governo tem de ficar atento a algumas mensagens do documento, principalmente em se tratando do PMDB, o maior partido da aliança;, disse Delcídio à Agência Brasil.

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O senador disse ainda que considera normal o manifesto dos peemedebistas. Segundo ele, o documento ainda não pode ser interpretado como uma ameaça de ruptura com o governo, que poderia ser anunciada na reunião do PMDB marcada para março. ;Não são ameaças. Por enquanto, são recados. O PMDB não podia lançar um manifesto dizendo amém para todas as políticas. Cada partido tem autonomia, independência para propor aquilo que é melhor para o país. Depois, dentro do governo, com demais partidos e ministros, discute-se o que é viável ou não;, disse.

Ainda na avaliação do líder do governo, algumas propostas, apesar de flexibilizarem as decisões do ponto de vista econômico, teriam reações difíceis de administrar de movimentos sociais e partidos. Exemplos disso, disse, seriam as que defendem o fim da indexação de benefícios ao salário-mínimo e o fim das despesas constitucionais obrigatórias com saúde e educação acabariam.

Para o presidente do DEM, senador Agripino Maia (DEM-RN), o manifesto do PMDB tem um objetivo claro. ;É o grito de independência do PMDB que sempre reclamou de não participar das decisões do governo;, avaliou. O senador disse que o DEM compartilha do pensamento em relação a grande parte dessas medidas que, segundo ele, demostram que o governo está atrapalhado nas soluções propostas para tentar tirar o país da crise.

Para o professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Barreto, o líder do governo tem razão quando pede atenção para os recados mandados pelo PMDB por meio do documento. ;O PMDB nunca vai ser um partido coeso. Temos hoje um PMDB que está trabalhando numa posição ;pró impeachment; e outro PMDB que trabalha com a possibilidade do governo conseguir permanecer. Você tem um rompimento de parte significativa do partido;, disse.

Barreto afirma que a ruptura ocorreu ;lá atrás;, destacando, como exemplo, o programa veiculado em rádio e televisão pelo partido que reforçou mensagens sobre o compromisso de recuperar a economia do país e, o mais grave, na opinião do especialista, é a posição dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) na análise das contas do governo Dilma Rousseff : eles se manifestaram pela rejeição dos gastos. ;A maioria dos ministros são indicações do PMDB e é ali que, de fato, você cria a razão material para discutir o processo de impedimento. [O PMDB] vai jogando nas duas pontas e, no final, vai estar bem posicionado naquela que tiver a maior possibilidade de acontecer;, concluiu.

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