Paulo de Tarso Lyra
postado em 05/11/2015 06:00
Em uma tarde extremamente nervosa na Câmara dos Deputados, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA) decidiu adiar para hoje o anúncio do relator do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mais cedo, manifestantes pró-impeachment de Dilma Rousseff já haviam entrado em confronto com parlamentares governistas (leia mais na página 5). Quando Cunha dava entrevistas no Salão Verde, Tiago Ferreira, um integrante do Levante Popular da Juventude, jogou sobre o peemedebista um punhado de notas de US$ 100 falsas com a esfinge de Cunha. ;Trouxeram sua encomenda da Suíça;, gritou ele, antes de ser preso pela Polícia Legislativa da Câmara.
[SAIBAMAIS]Essa foi a segunda vez que Cunha acabou hostilizado enquanto concedia entrevista no Salão Verde. Em 21 de outubro, um grupo de manifestantes e deputados ; entre eles Clarissa Garotinho (PR-RJ) ; interromperam a coletiva e, aos gritos, exigiram ;Fora Cunha e volte para a Suíça;. Antes protegido das manifestações populares que respingavam com mais força sobre a presidente Dilma Rousseff, Cunha agora vê os ânimos se voltando também contra ele. Na segunda-feira, durante o feriado de finados, militantes do MST protestaram em frente à Residência Oficial do presidente da Câmara, na península dos ministros, no Lago Sul.
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;Não vou, por causa de um militante encomendado para fazer uma agressão, me constranger, me intimidar. Ele foi contratado por alguém com um objetivo;, respondeu o presidente da Casa, após a prisão do manifestante. ;Não vou pautar minha atuação por causa de um militante. Vou impor a ordem à Casa, pode ter certeza disso;, completou.
No plenário, a análise de aliados e adversários é de que o presidente da Casa é o grande responsável pelo clima de instabilidade e tensão vivido pelos corredores da Câmara. ;Ele fica fazendo esse jogo duplo em relação ao impeachment, e acaba deixando manifestantes do PT e da oposição fazerem o que querem aqui dentro. Acaba acontecendo isso;, lamentou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Para o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PSD-SP), a tendência é que o clima de beligerância continue. ;Quando os jogadores brigam no campo, a torcida sempre se atraca nas arquibancadas;, comparou ele.
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