Paulo de Tarso Lyra
postado em 13/11/2015 07:57
Cada vez mais irritado com a perda de apoio político, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conta com o recesso parlamentar de fim de ano para que a temperatura política diminua e ele consiga sobreviver ao vendaval político que enfrenta. Após ficar sem o aval da oposição ; em especial do PSDB, que anunciou nesta semana que pedirá o afastamento dele do cargo antes da conclusão do processo no Conselho de Ética ;, Cunha apoia-se no conjunto de partidos de pequeno e médio porte que assinaram uma nota de apoio a ele na quarta-feira e no temor do governo de que possa acelerar as ações de impeachment da presidente Dilma Rousseff.[SAIBAMAIS];A situação dele é delicada. Afinal, ele não confia que, no momento oportuno, o governo possa lhe dar o apoio necessário para escapar de uma eventual cassação;, afirmou uma liderança do DEM. Parte da bancada petista espera, ansiosamente, que a situação de Cunha se complique. ;O governo não poderá fazer qualquer gesto. Mas esperamos que a pressão das ruas (vindas dos movimentos sociais ligados justamente ao PT) possam ser decisivos para a queda dele.;
Se tenta ganhar tempo político na Casa, com manobras que passam inclusive pela mudança de integrantes do Conselho de Ética da Câmara, Cunha não esconde a irritação com o PSDB. A ira do peemedebista foi descarregada sobre o vice-líder da bancada tucana da Câmara, Nilson Leitão (MT), na manhã de quarta-feira, quando este foi ao gabinete presidencial conversar sobre a instalação da CPI da Funai. Segundo interlocutores presentes à reunião, Cunha chamou o PSDB de ;ingrato; e disse que a oposição jogou fora a oportunidade de ver aberto o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. E ainda afirmou que a oposição havia sido ingrata após todos os espaços cedidos a ela na Mesa Diretora da Casa, nas comissões temáticas e nas comissões parlamentares de inquérito (CPIs).
;O Eduardo Cunha reagiu com indignação. Achou um absurdo;, revelou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). Paulinho disse que no almoço de terça-feira com o peemedebista, o PSDB teve uma postura diferente da anunciada nesta quarta. Agora ele já não sabe se Cunha anunciará mesmo nesta semana um novo rito para o processo de impeachment, como havia prometido. ;Acho que foi mal (a ruptura) porque, no meu ponto de vista, abriram mão do impeachment. Jogaram o Cunha no colo do PT;, avaliou Paulinho.
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