Paulo de Tarso Lyra
postado em 15/11/2015 08:01
Enrolado com as denúncias de que é titular de contas na Suíça para receber dinheiro de propina da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vem se desidratando em prestígio dentro do próprio partido. Já é majoritário o número de filiados e militantes que olham com ressalvas a situação de Cunha, optando por esperar a defesa que pretende apresentar ao Conselho de Ética nesta semana para definir se prestam ou não solidariedade ao comandante da Câmara. Terceiro nome na linha sucessória da presidência da República, Cunha era visto, até quatro meses, como candidato ao Planalto em 2018. Hoje, não consegue mais obter o apoio da maioria dos correligionários. ;A situação dele é dramática e tem se deteriorado rapidamente, especialmente nos últimos três dias;, disse ao Correio um integrante da cúpula partidária.
Cunha, no entanto, ainda conta com o apoio de uma parte do PMDB, sobretudo entre os deputados. Líder da bancada entre 2014 e 2015, antes de vencer a eleição para a presidência da Casa, Cunha ainda é considerado o grande líder dos peemedebistas da Câmara. ;Não podemos menosprezar o atual líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Mas, entre os deputados, Cunha está colhendo o que semeou e plantou no passado recente;, disse um deputado próximo ao presidente da Câmara e que torce para que Cunha consiga responder às acusações no Conselho de Ética.
Esse grupo ainda é um pouco maior do que aqueles que defendem, abertamente, a saída de Cunha da presidência. ;Cunha é doente, psicopata, um cínico. Como confiar numa pessoa que mente sobre contas bancárias na Suíça, já confirmadas pela Procuradoria?;, questionou, há um mês, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), a voz mais contundente dentro do partido a defender a defenestração do peemedebista fluminense.
Outros ressentidos admitem a dificuldade para prestar solidariedade. ;Como nós vamos declarar apoio se nunca sabemos o que está acontecendo? Ele não conta a história toda e nós acabamos sendo surpreendidos com os fatos;, reclamou um antigo companheiro, preterido em embates internos recentes. Esse mesmo peemedebista ironizou sobre as estratégias traçadas por Cunha. ;Ele combina uma coisa à noite e, no dia seguinte, quando abre os jornais, é obrigado a replanejar o roteiro diante das novas denúncias;, provocou o ex-aliado.
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