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Procurador estuda anular compra da refinaria de Pasadena

Carlos Fernando Lima diz Astra Oil pagou propina para vender unidade de refino à Petrobras, negócio que rendeu prejuízos de US$ 659 milhões. Na 20ª fase da Lava-Jato, PF prende operador e ex-funcionário da estatal

Eduardo Militão
postado em 16/11/2015 11:23
O Ministério Público estuda anular a venda da refinaria de Pasadena, nos EUA, comprada pela Petrobras da empresa belga Astra Oil. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), foram identificados prejuízos de US$ 659 milhões no negócio, no qual o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa confessou ter ganho US$ 1,5 milhão em propina para ;não atrapalhar; acordo. Segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que participou de entrevista coletiva nesta segunda-feira (16/11), na 20; fase da Operação Lava-Jato, a empresa vendedora bancou os subornos.

Por isso, ele defendeu que o negócio seja anulado ou outra medida seja tomada para reparação dos danos. ;Quem sabe com esse caso podemos anular a compra ou recuperar o patrimônio;, disse ele hoje, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. ;Essa ruivinha (apelido da refinaria pelo fato de ela possuir muitos equipamentos enferrujados) foi um péssimo negócio.;

Pasadena não foi o único alvo da PF na 20; fase, apelidada de ;Corrosão;. As ações envolviam ainda negócios irregulares envolvendo as refinarias de Abreu e Lima, em Pernambuco, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a contratação de navios-sondas para exploração petrolífera.

Os delegados e agentes prenderam um operador financeiro que pagava propinas e um ex-funcionário da estatal. As detenções temporárias ; por cinco dias ; aconteceram nas cidades do Rio de Janeiro e em Niterói. Os policiais ainda cumpriram 11 mandados e busca e apreensão e cinco conduções coercitivas, quando o investigado costuma ser levado para depor e é liberado em seguida.

Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF no Paraná, Igor Romário de Paula, os presos devem chegar a Curitiba no fim do dia. Ele afirmou que o operador preso já foi denunciado por crimes financeiros e possuía uma casa de câmbio para realizar o esquema.

Carlos Fernando disse que o operador é ligado a Paulo Roberto Costa e a uma empresa ; e não a partidos políticos ; e mantinha empresas offshore no exterior. De lá, fazia remessas para offshores fora do Brasil pertencentes a funcionários da Petrobras. Igor Romário e Carlos Fernando não informaram o nome do distribuidor de subornos e nem do ex-servidor da petroleira detidos hoje.

O mais conhecido operador da Lava-Jato ligado a Paulo Roberto é o doleiro Alberto Youssef. Ele foi condenado e preso, mas que, assim como o ex-diretor da Petrobras, fez acordo de delação premiada para entregar informações e ter suas punições reduzidas.

Hoje, a PF apreendeu duas obras de arte e dinheiro em espécie. O material ainda está sendo totalmente contabilizado, informou Igor Romário.

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