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Cardozo: protestos menores no domingo demonstram que momento é de superação

O ministro reforçou que a Polícia Federal está investigando a prisão de um manifestante detido com armas em frente ao Congresso Nacional

Agência Estado
postado em 16/11/2015 13:28

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira (16/11) que o governo avaliou os protestos realizados no domingo (15/11) como bem "menos expressivos" e que a baixa adesão às manifestações demonstra que o momento é de "superação" Cardozo também avaliou que o governo agiu corretamente ao agir para conter as manifestações feitas por caminhoneiros semana passada.

"Foram manifestos bem menos expressivos do que os que aconteceram anteriormente, não só em Brasília, como em todo o País. Acredito que isso demonstra que nós já entramos numa fase de superação de uma etapa política mais turbulenta do País", disse sobre os atos do domingo, após deixar reunião com o vice-presidente Michel Temer.

Segundo o ministro, o momento atual é de construir um caminho de agregação para que o País possa sair da crise. "Acho que é um novo momento, uma nova realidade, que tem que ser aproveitada para que nós juntos consigamos fazer com que o País volte a crescer", afirmou.

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Armas

O ministro reforçou que a Polícia Federal está investigando a prisão de um manifestante detido com armas em frente ao Congresso Nacional. "Determinei à Polícia Federal que apurasse esse fato", disse, destacando que se o caso for de competência federal será aberto um inquérito sem prejuízo às apurações que são feitas pela polícia do Distrito Federal.

Caminhoneiros

Cardozo disse ainda que a avaliação é que o governo agiu corretamente para conter a manifestação de caminhoneiros, que bloquearam estradas na semana passada, e que ficou comprovado que eram manifestações políticas.

"As manifestações deixaram de existir já há alguns dias, o que mostra que a Polícia Rodoviária Federal apoiada pela Força Nacional de Segurança Pública, as polícias estaduais e os governos agiram acertadamente porque efetivamente não eram manifestações que se baseavam em nenhum tipo de reivindicação para a categoria", afirmou. "Eram manifestações políticas e nós não podemos aceitar em momento algum que o direito do cidadão seja atingido com o fechamento de estradas, que cidades sejam desabastecidas, que medicamentos não sejam entregues, ou seja, o interesse público tem que ser assegurado", acrescentou, destacando que ainda não há um balanço de multas aplicadas.

Na semana passada, para conter os bloqueios de estradas, o governo publicou uma Medida Provisória em que elevou de R$ 1.915 para R$ 5.746 a multa para quem obstruísse as rodovias. Além disso, quem organizar uma obstrução, como associações ou sindicatos, passou a ser multado em R$ 19.154.

Segundo Cardozo, é legítimo que as pessoas se manifestem contra ou a favor do governo, mas a população não pode ser prejudicada por esses movimentos. "Isso é algo que não podemos admitir e não admitiremos, como mostraram as ações que o governo tomou nesse período", disse.

O ministro afirmou ainda que há uma mesa instalada, que se reúne quinzenalmente, para discutir a questão dos caminhoneiros e que já há avanços, mas que os movimentos da semana passada foram feitos fora da mesa de negociação. "Lamentavelmente alguns setores dessa categoria resolveram fazer manifestações políticas, fora da mesa de negociação, razão pela qual todos os sindicatos foram contrários à manifestação", disse.

Segundo ele, houve apoio da população nas ações do governo. "O quadro ficou bem claro para a população brasileira que aquilo não era propriamente um movimento grevista, mas era uma ação política, que ensejava manifestações que atingiam diretamente o interesse público, frente a uma realidade que o governo jamais concordaria que se fizesse, independente do teor que se manifestavam", afirmou.

Cardozo chegou atrasado à reunião de coordenação que foi comandada por Temer e disse que não participou da conversa com ministros de líderes do governo sobre a votação dos vetos presidenciais, prevista para ocorrer amanhã. "Não cheguei a conversar sobre isso, é uma questão da área política, eu já tenho problemas demais para cuidar", afirmou.

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