Jornal Correio Braziliense

Politica

Dilma Rousseff corta até salário, mas não o helicóptero presidencial

O uso frequente do helicóptero por Dilma, em tempos de verbas contingenciadas, está incomodando militares da Força Aérea, porque o desembolso dos gastos dos voos é feito na conta da FAB



É fato que os pilotos dos helicópteros precisam cumprir as horas de voos mínimas previstas para se capacitar. Mas a queixa é que o uso intenso do helicóptero está consumindo recursos que poderiam ser distribuídos para treinamento dos pilotos nos demais equipamentos da Aeronáutica, e não só nesse modelo.

Voos
O ajuste fiscal foi anunciado em 14 de setembro. De lá para cá, a presidente usou o helicóptero 28 vezes para ir ou voltar da base. Como cada trecho custaria em torno de R$ 1 mil, nos últimos dois meses teriam sido gastos R$ 28 mil para percorrer um trajeto que poderia ser feito de carro, dado que Dilma tem batedores à disposição.

Na madrugada de segunda para terça da semana passada, por exemplo, quando desembarcou na Base Aérea de Brasília, por volta das duas horas da madrugada, chegando da viagem à Turquia, mesmo sem o menor trânsito ou qualquer problema que impedisse o seu rápido deslocamento até o Palácio da Alvorada, a presidente fez o curto trajeto de helicóptero.

Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, antecessores de Dilma, também usaram os helicópteros da FAB entre o Alvorada e a Base Aérea, mas em menor frequência. Em 2004, um ano depois de deixar o poder, FHC, em entrevista, disse que sentia falta de duas coisas de quando era presidente: "do helicóptero, um instrumento de trabalho extraordinário" e "da piscina do Alvorada".

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Planalto informou que não se manifestaria, já que o assunto envolve a segurança da presidente.