Eduardo Militão
postado em 24/11/2015 16:55
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (24/11), a quinta fase da Operação Zelotes, que investiga desvios de cerca de R$ 6 bilhões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e compra de Medidas Provisórias no Congresso. Estão sendo cumpridos quatro mandados, sendo duas prisões preventivas em Brasília, uma prisão domiciliar em São Paulo, cidade onde os policiais fazem buscas e apreensões. O consultor Francisco Mirto Florêncio da Silva foi preso na tarde desta terça. Os outros dois já estavam presos desde 26 de outubro e tiveram novo decreto de detenção: o casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, donos do escritório de lobby Marcondes & Mautoni (M), que atendia montadoras de automóveis, como a Caoa Hyundai e a MMC Mitsubishi.Segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, o motivo das prisões é que o casal e mais um investigado ; que integram a organização criminosa segundo a força-tarefa do caso ; fizeram uma espécie de investigação "paralela" contra um procurador da Zelotes. Na residência de Mirto, os policiais encontraram uma anotação de 7 de abril de 2010 sobre o procurador José Alfredo de Paula Silva, com seu nome, telefone celular funcional, data de retorno de férias e a informação "investigar e informar a Cristina Mau". À época, ele havia aberto uma apuração sobre a compra de caças aéreos pelo governo federal.
"A descoberta dessas novas informações evidencia o grau de periculosidade do grupo que não se intimida sequer perante os agentes de Estado, ou seja, membros do Ministério Público, do Poder Judiciário, da Polícia Federal, da Receita Federal;, informa a PF. O objetivo seria investigar para ;colher elementos intimidatórios; por meio de ;chantagem ou ameaça, seja por atentados à integridade física desses agentes;.
O juiz da 10; Vara Federal, Vallisney Oliveira, criticou a ação de Mirto e do casal Marcondes e Cristina. ;Essa forma de atuar partindo das investigações não pode ser considerado um fato isolado;, disse ele, na decisão. ;Mauro Marcondes e Cristina Mautoni teriam lançado mão, em outra oportunidade, de um escritório de investigação particular, chamado Wagner Nakagawa Intermediação de Negócios Financeiros Ltda (que tem como sócios Midori Nakagawa e Marcos Wagner Machado, este um ex-policial civil), onde foram encontradas duas armas de fogo;, continuou o juiz.