Agência Estado
postado em 25/11/2015 15:56
Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, alegou ao Ministério Público Federal (MPF) que temia represálias do grupo liderado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS). O senador teve prisão determinada nesta quarta-feira (25/11) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar atrapalhar as investigações na Operação Lava-Jato.O relatório do MPF que descreve o depoimento do filho do ex-diretor, diz que "Bernardo Cerveró mostra-se temeroso das pessoas com quem vem mantendo tratativas causar-lhe algum mal ou a sua família, haja vista a tenacidade de sua determinação de evitar ou manipular a colaboração premiada de Nestor Cerveró".
Bernardo é responsável por grampear conversas que foram decisivas para a prisão de Delcídio, de seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e do banqueiro André Esteves, controlador do BTG Pactual. Um quarto mandado, ainda não cumprido, tem como alvo o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, que está nos Estados Unidos.
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As gravações são referentes a uma reunião do grupo ocorrida em setembro, no Rio de Janeiro, e uma outra, na semana passada, em um hotel de luxo em Brasília.
O grupo tentava garantir a intermediação de Bernardo na compra do silêncio do ex-diretor da estatal para que ele não firmasse o acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato.
Delcídio prometeu pagar mesada de R$ 50 mil à família de Cerveró - que seria financiada por André Esteves - caso o ex-diretor não o delatasse.
Segundo o relatório do MPF enviado ao STF, Delcídio "tem interesses conflitantes com a celebração de acordos de colaboração premiada" por saber "que Nestor Cerveró, por sua trajetória na Petrobras S/A, está em posição privilegiada para delatá-lo".
Nestor Cerveró afirmou em delação premiada que Delcídio Amaral praticou crimes de corrupção passiva na aquisição de sondas pela Petrobras e da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
O ex-diretor também menciona que André Esteves praticou corrupção ativa em pagamento de vantagem indevida ao senador Fernando Collor em um contrato de troca de bandeira de 120 postos de combustíveis em São Paulo.