Agência Estado
postado em 25/11/2015 18:12
O senador Romário (PSB-RJ) afirmou, em nota divulgada nesta quarta-feira (25/11) que não tem conta em banco suíço nem firmou acordo para apoiar o pré-candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Teixeira. As acusações foram feitas pelo advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Em conversa com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal sob acusação de tentar atrapalhar a Operação Lava-Jato, o advogado afirmou que Romário mantinha uma conta na Suíça. Na sequência, Delcídio afirmou que Paes e Romário firmaram acordo para que o senador apoie Pedro Paulo à sucessão municipal no Rio. Romário é cotado para disputar o cargo no ano que vem.Em trecho da conversa, ocorrida em 4 de novembro e gravada de forma oculta por um terceiro participante, Delcídio afirma ter recebido o prefeito Eduardo Paes, Pedro Paulo (atual secretário municipal de Governo do Rio), Romário e o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Então o advogado Ribeiro comenta: "Fizeram acordo, né?" Delcídio responde: "Diz o Eduardo que fez". "Foi Suíça", afirma o advogado. "Tinha a conta realmente do Romário. Tinha dinheiro no banco que foi encontrado. ;Tira, senão você vai preso;", continua Ribeiro.
Delcídio comenta: "O que eu achei estranho foi ele EDUARDO PAES (Paes) chegar (para uma reunião com Delcídio acompanhado de Romário). Eu disse: ;Romário, o que você está fazendo aqui?; E ele me disse: ;Estou acompanhando o Eduardo;"
O advogado interrompe: "Esquisito né? Essa é a informação que me deram". E Delcídio continua: "Ele (Paes) me disse: ;Não, Delcídio. Eu chamei o Romário;, disse na frente do Romário, ;nós acertamos uma aliança para o Romário apoiar o Pedro Paulo;. Mas tem esse motivo é? Não é possível o que aconteceu. Quando eles chegaram eu disse: ;O que vocês estão fazendo aqui, juntos?; Daí o Eduardo explicou que fizeram uma composição. Daí eu fui fazer uma foto e eles fizeram juntos com as mãos".
Nota
[SAIBAMAIS] A nota divulgada por Romário começa em tom informal: "Galera, sobrou de novo para mim. Está brabo o negócio". Em seguida ele expõe sua versão do episódio: "Encontrei o senador Delcídio Amaral no dia 4 de novembro, quarta-feira, para tratar da votação de um Projeto de Resolução do Senado (PRS 50/2015), do senador José Serra, do qual fui coautor. Na ocasião, foi feito um pedido ao senador Delcídio Amaral, que preside a Comissão de Assuntos Econômicos, para agilizar a tramitação do projeto, que tinha o senador Ricardo Ferraço como relator. Participaram da reunião o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o secretário de Governo, Pedro Paulo, e o senador Ricardo Ferraço. Todos diretamente interessados na aprovação dessa resolução, que propôs o fim de barreiras à cessão de dívida ativa de Estados e municípios. Esse foi o teor da reunião", narra o ex-jogador, que em seguida se refere à conversa gravada.
"No áudio, meu nome é citado. E uma história diferente (...) é contada. O advogado levanta suspeita sobre um assunto que já foi esclarecido por mim e pelas autoridades brasileiras e suíças. Aqueles que novamente fazem acusações inverídicas claro que responderão à Justiça. Qual a credibilidade do advogado de um bandido, corrupto e responsável por roubar uma das principais empresas do País?", questiona.
Sobre o apoio a Pedro Paulo, Romário afirma que "não é novidade para ninguém que o prefeito Eduardo Paes tem interesse que eu apoie o seu candidato à sucessão", sem esclarecer se vai ou não apoiá-lo.
Ao concluir o texto, Romário volta a se referir à suposta conta na Suíça. "Não sou responsável pelo que terceiros falam, apenas pelos meus atos. Assim sendo, deixo claro que não tenho nenhum acordo com ninguém e, infelizmente, o dinheiro não é meu. Digo infelizmente porque, com certeza, se fosse meu, seria fruto de muito trabalho honesto".