Nos últimos dias, os internautas brasileiros vêm utilizando a hashtag #meuamigosecreto para promover o debate em relação àquelas pessoas que usam determinado discurso para casos de machismo e intolerância, mas não se comportam assim no dia a dia. A tag viralizou e as redes sociais foram invadidas com relatos de pessoas que conhecem alguém com essa característica, no mínimo, dúbia.
Mas o que aconteceria se usássemos a mesma ferramenta para abordar a operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira (25/11), que resultou na prisão do senador Delcídio do Amaral e do banqueiro André Esteves?
#meuamigosecreto comemora o arquivamento da investigação contra ele na lista do Janot - ;Acabaram-se as mentiras... O bem sempre vence o mal" -, mas é preso oito meses depois, acusado de tentar destruir provas na Lava-Jato.
#meuamigosecreto diz que STF abriu "precedente perigoso" com a prisão de Delcídio, mas acha legal brincar com a pirataria.
#meuamigosecreto não considerava Dilma responsável pela corrupção na compra de Pasadena, mas diz na delação premiada que ela "sabia de tudo" sobre a refinaria.
#meuamigosecreto diz que o banco dele busca no mercado jovens que "tenham juízo", mas talvez não tenha tanto juízo assim.
#meuamigosecreto une forças com o líder no Senado para lançar um manifesto em defesa do governo, mas quando esse líder é preso diz que ;não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade;