A conclusão do processo no Conselho de Ética do Senado pela perda do mandato do senador Delcídio Amaral (PT-MS) deve ocorrer apenas no próximo ano. Apoiado no regimento do colegiado, o presidente do Conselho, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), lembra que processos anteriores não tiveram nenhum desfecho antes de transcorridos ao menos 60 dias.
"O ano legislativo acaba no dia 22 e, se não me falha a memória, só o prazo para o Delcídio se defender é de 10 a 15 dias. Tivemos vários processos anteriores como os de Luiz Estevão, Jader Barbalho, José Roberto Arruda, Antônio Carlos Magalhães. Nenhum desses casos foi decidido com menos de 60 dias", ressaltou João Alberto ao jornal O Estado de S. Paulo.
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Ele deve receber nesta quarta-feira (2/12) a representação apresentada na terça-feira (1;/12) pela Rede e o PPS que pede a abertura de processo de cassação contra Delcídio. O senador está preso desde a última quarta-feira (25/11) acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.
"O presidente do Conselho é o guardião do regimento do Senado, eu não vou atropelá-lo, vou cumprir o ritual. A primeira coisa é receber a representação feita e encaminhar ao setor jurídico, o que deve ocorrer até amanhã (3/12). Eu acredito que só na semana que vem a assessoria conclua e me devolva. A partir daí, tenho 5 dias para admitir ou não. Temos que ver o que tem de comprobatório. Mas eu geralmente cumpro o que a assessoria diz", afirmou João Alberto.
Ligado ao ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), João Alberto foi um dos que votaram pela liberação de Delcídio em sessão realizada no plenário do Senado na última quinta-feira. "Eu não votei pela permanência dele na prisão. Não achei que era flagrante. E também achava que ele deveria ter tido o contraditório. Não significa que eu não possa mudar minha opinião no andar do processo", ressaltou.