Agência Estado
postado em 02/12/2015 17:11
Irritado com a decisão do PT de declarar voto contrário a ele no Conselho de Ética, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse a aliados nesta quarta-feira (2/12) que não deve soltar hoje o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas a medida deve ser tomada até o final da semana. Um interlocutor próximo ao peemedebista disse que ele deve se manifestar sobre todos os sete pedidos que estão sobre sua mesa.Dois requerimentos são considerados os mais consistentes, o do advogado Luis Carlos Crema e o dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Tanto Crema quanto Bicudo e Reale protocolaram dois pedidos, mas apenas um de cada inclui a prática das chamadas pedaladas fiscais neste ano.
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De acordo com relatos de pessoas que conversaram com Eduardo Cunha, ele ficou revoltado com a postura do PT, que, no início da tarde, fechou questão para seus três representantes no Conselho de Ética - Zé Geraldo (PA), Valmir Prascidelli (SP) e Leo de Brito (AC)- votarem pela continuidade do processo de quebra de decoro parlamentar que pode culminar com a cassação do presidente da Câmara.
Horas antes do anúncio, Eduardo Cunha havia recebido do Planalto a sinalização de que os três votos seriam favoráveis a ele. Líderes partidários ligados a ele conversaram no final da manhã desta quarta com o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) e haviam recebido a sinalização pró-Cunha do representante do governo.
Nesta tarde, após a sessão relâmpago do conselho, a bancada petista no colegiado manteve o tom das críticas a Eduardo Cunha. "O risco continua, a instabilidade continua. O presidente Cunha não é confiável, ele não pensa no Brasil", disse Zé Geraldo. "Achamos que ele (Cunha) vai repensar a sua posição. O povo brasileiro vai confirmar que ele tinha uma espada e fica nos chantageando", afirmou.
Até esta terça-feira (1;/12) não havia consenso entre os três deputados e eles se viram em uma "saia justa" por causa da divergência de posicionamentos de governo e PT. "Chegou um momento em que não dá para você servir a dois senhores", disse Zé Geraldo. "Se Cunha soltar o impeachment, não seremos, nós três, os únicos responsáveis. Será a bancada toda e o PT responsabilizado", afirmou o deputado.