postado em 03/12/2015 07:41
Logo após a deflagração da tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), governo e oposição arregimentam seus aliados e apresentam as armas para a longa batalha. O pronunciamento da petista, momentos depois da decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), evidenciou uma das principais estratégias governistas: comparar as biografias de Dilma e de Cunha.
[SAIBAMAIS]Para tentar convencer a opinião pública, reanimar a militância adormecida e diminuir o ímpeto das ruas de um país insatisfeito, sobretudo pela fragilidade econômica, a ordem no Planalto é lançar mão de um discurso maniqueísta. ;Não possuo contas no exterior nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público;, afirmou a presidente, numa referência tácita ao presidente da Câmara.
Politicamente, a prioridade é não deixar a cúpula do PMDB escapar das mãos. O Planalto tenta fazer com que a legenda, extremamente fragmentada, permaneça com a petista. O desafio é gigante. O vice-presidente, Michel Temer, tem interesse direto na queda porque, em caso de impedimento, a Presidência da República cairia no colo dele. Ter um ala expressiva do PMDB como aliada é, sobretudo, uma questão matemática. Dilma precisa conseguir os 171 votos para não ser afastada do cargo.
Em outro front, o governo pode tentar inviabilizar o impeachment judicialmente. Nesse caso, provocaria o Supremo Tribunal Federal (STF) para provar a inexistência de qualquer crime de responsabilidade. Governistas também tentarão explicitar que Cunha utiliza as prerrogativas do cargo para retaliar a presidente. Na avaliação do governo, Cunha se precipitou e deixou evidente que praticou a vingança porque o PT decidiu não apoiá-lo no Conselho de Ética.
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