Marinella Castro/Encontro BH, Vera Schmitz/Estado de Minas
postado em 03/12/2015 08:22
[FOTO1]Com a maior bancada na Câmara dos Deputados ; com 66 parlamentares ;, o PMDB será o fiel da balança no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, com o poder de influenciar de forma decisiva o resultado, seja qual for. Nos últimos tempos, nomes fortes do partido já vinham pressionando pelo desembarque da legenda do governo petista. Por outro lado, integrantes da oposição avaliam como crucial a postura do partido no caso. Entendem que, se os peemedebistas ficarem, no mínimo, divididos, o processo não tem chance de prosperar.No Palácio do Planalto, é dado como certo que a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de acatar o pedido de impeachment teve o aval da cúpula do partido. Nos bastidores, auxiliares próximos de Dilma avaliam que, temendo virar a bola da vez, o PMDB decidiu optar pelo impedimento de Dilma para pelo menos mudar o foco das atenções. Além do próprio Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) e até mesmo o vice-presidente Michel Temer têm telhado de vidro por terem sido citados em investigações da Polícia Federal e podem estar tentando salvar a própria pele.
Temer teria recebido sinais ao longo do dia apontando sobre a decisão de Eduardo Cunha, mas, oficialmente, o vice-presidente tomou conhecimento no momento do anúncio do presidente da Câmara. No caso de haver no país um processo de impeachment, Michel Temer assumiria a Presidência do país.
Temer foi indicado pelo PMDB, na vaga de vice de Dilma Rousseff, em 2010, quando era presidente nacional do partido e também presidente da Câmara dos Deputados. Na ocasião, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva era favorável à indicação do peemedebista Henrique Meirelles, mas venceu o PMDB. A indicação ocorreu depois de Temer ter derrotado ala de seu partido, liderada pelo senador Pedro Simon, que defendia candidatura própria à reeleição.
[SAIBAMAIS]Antes de assumir ao lado do PT, o peemedebista carregava a seu favor, a experiência de ter presidido a Câmara por três vezes. Mesmo assim, seu primeiro mandato à frente da Vice-Presidência da República chegou a ser considerado decorativo. A partir da reeleição, Temer ganhou maior notoriedade se tornando o articulador político do governo, passando a acompanhar a votação de todos os temas de interesse, atuando na negociação de cargos, posto que assumiu até agosto deste ano, quando deixou a função para continuar na articulação do Executivo com os demais poderes, com um papel de maior peso institucional.
O vice-presidente sempre se colocou contrário ao impeachment, mas, em pelo menos duas ocasiões, chegou a declarar que é preciso que ;alguém tenha a capacidade de unir o país;, apontando a gravidade da crise política e econômica. Se ele decidir embarcar na articulação a favor do impeachment, a chance de sucesso é quase certa. A esperar o próximo passo.
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