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FHC diz que parte do sistema político está "altamente desmoralizado"

Cardoso ainda afirmou que a decisão do Senado de manter a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi influenciada pelas pressões populares, manifestadas sobretudo via redes sociais.

Agência Estado
postado em 05/12/2015 16:27

Cardoso ainda afirmou que a decisão do Senado de manter a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi influenciada pelas pressões populares, manifestadas sobretudo via redes sociais.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou neste sábado (5), durante evento em Lisboa, que parte do sistema político no Brasil está "altamente desmoralizado" e que a fragmentação do sistema político no Brasil é "inacreditável".

"Temos mais de 30 partidos e 39 ministérios, apenas para absorver os interesses desses partidos", disse FHC, em debate promovido pela Fundação Champalimaud - o número de ministérios citado por Cardoso é anterior à reforma administrativa anunciada pelo governo, em outubro, que reduziu de 39 para 31 o total de ministérios.

O ex-presidente ainda afirmou que, com as eleições e a maior mobilização social em relação aos assuntos políticos ao longo dos últimos anos, há uma certa tensão entre a democratização e o atual formato do sistema político brasileiro. "Como consequência da democratização e das mobilizações, se olharmos dentro do Congresso, talvez tenhamos uma representação mais moderna do que antes", disse FHC. "Mas não por causa disso há uma modernização da cultura política brasileira".

Delcídio

Cardoso ainda afirmou que a decisão do Senado de manter a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi influenciada pelas pressões populares, manifestadas sobretudo via redes sociais. FHC afirmou que, em sua visão, o Senado iria optar por não manter Delcídio preso, apesar de o parlamentar ter feito "coisas ruins".

"Surpreendentemente, por 59 votos a favor e 13 contra, o Senado decidiu que a manutenção era correta. Por quê? Por causa das mídias sociais", disse o ex-presidente, destacando que os senadores começaram a receber informações a respeito das pressões populares sobre o tema a partir das redes sociais. "Hoje é possível ir além. As pessoas têm voz, independente das estruturas e instituições".

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