Luiz Carlos Azedo
postado em 07/12/2015 06:02
A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer travam uma disputa de bastidores pela escolha dos integrantes, e do controle, da comissão especial responsável por examinar o pedido de impeachment da petista. Até aqui, apenas 14 dos 65 integrantes do colegiado foram indicados. A lista final será divulgada em sessão extraordinária da Câmara dos Deputados, hoje, às 18h. De um lado, Temer escalou como seu articulador na Casa o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), com os dois pés fora do governo. Do outro, o Palácio do Planalto conta com o apoio do jovem líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), para conseguir ter maioria na comissão.
Com a entrada em cena do grupo de Temer, o jogo interno de forças no PMDB se altera. O líder da bancada tem a prerrogativa de indicar todos os representantes da legenda, mas uma parte, encabeçada pelos deputados Osmar Terra (RS) e Lúcio Vieira Lima (BA), está rebelada e quer que todas as alas do partido sejam contempladas. Até a demissão de Padilha, a disputa pelo controle da comissão se dividia entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a presidente Dilma Rousseff. Além dos votos da oposição, as bancadas do PTB, PP, PSD e PSC são aliadas de Cunha.
O Palácio do Planalto ofereceu a Picciani o Ministério da Aviação Civil e pressiona os demais ministros do PMDB a apoiarem as articulações do líder, mas isso pode provocar outras baixas na Esplanada, como a saída do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (RN), ex-presidente da Câmara e aliado incondicional de Temer. Ao mesmo tempo, a presidente Dilma tenta manter Padilha no governo. Hoje, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, terá encontro reservado com Padilha e os líderes de partidos da base aliada entregarão a lista de indicados para o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.
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