postado em 15/12/2015 09:48
Alguns podem chamar de ;premonição;, mas em julho deste ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, comentou a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), na Operação Politeia, em tom de ironia. Indagado sobre ser um dos possíveis alvos das investigações, o parlamentar deixou claro que não estava temeroso. ;Eu não sei o que eles querem comigo, mas a porta da minha casa está aberta. Vão à hora que quiser. Eu acordo às 6h. Que não cheguem antes das 6h para não me acordar;, disse.
[SAIBAMAIS]Coincidência ou não, as buscas nas residências do presidente da Câmara, pela Operação Catilinárias da Polícia Federal, foram iniciadas por volta das 6h. Desde cedo, dezenas de viaturas e policiais cercaram a residência oficial da presidência da Câmara, na Península dos Ministros, no Lago Sul. Os arredores do local foram isolados com faixas. O advogado do parlamentar está no local. A presença de Eduardo Cunha no local, no entanto, não foi confirmada.
Operação
As 53 buscas foram autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. São nove mandados para o Distrito Federal, 15 em São Paulo, 14 no Rio de Janeiro, seis no Pará, quatro em Pernambuco, dois no Alagoas, dois no Ceará e um no Rio Grande do Norte.
As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Segundo a PF, foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.