Politica

Renan Calheiros diz que Temer rebaixou PMDB a distribuidor de cargos

O presidente do Senado falou que as diferenças que têm com o vice não são de ordem pessoal e sugeriu que o correligionário poderia trabalhar como carteiro se perdesse o cargo

Agência Estado
postado em 17/12/2015 14:19
Em mais um capítulo da disputa com o vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou o correligionário de ter rebaixado o PMDB a um distribuidor de cargos. "Michel inverteu os sinais, repetiu o PT naquilo que tem de pior", disse ele, ao destacar que as diferenças que têm com ele não são de natureza pessoal.

[SAIBAMAIS]Renan acusou Temer de errar ao se envolver diretamente na disputa pela liderança da Câmara. Nesta quinta-feira (17/12), mais cedo, após apresentar uma nova lista de apoios da bancada, o deputado Leonardo Picciani (RJ) voltou a ocupar o cargo de líder do partido após Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terem atuado nos bastidores para destituí-lo em favor de Leonardo Quintão (MG).

"Por mais que o Michel tenha tentado ser coronel, ele não consegue, porque precisa garantir a vontade das pessoas, mesmo partindo para a distribuição de cargos", alfinetou ele, em entrevista ao lado do plenário da Câmara, pouco após deixar temporariamente a presidência da sessão do Congresso.

Renan reclamou ainda do fato de a articulação para retirar Picciani da liderança ter ocorrido a menos de 30 dias para encerrar o ano. Ele disse que jamais tinha visto isso ocorrer no PMDB, uma legenda que, destacou, não tem donos.

Bem humorado, o presidente do Senado afirmou que não iria trocar correspondências com Temer - numa alusão à missiva que o vice mandou na semana passada e vazada para a imprensa com críticas à presidente Dilma Rousseff. "Se for responder as cartas, só vou gastar meu tempo com isso", disse. Mais cedo, Renan chegou a mostrar a aliados o esboço de uma carta em que iria sugerir ao vice que, se perdesse o cargo, poderia pensar em outros empregos, como "mordomo de filme de terror ou carteiro".

Cunha

Renan não quis comentar o pedido feito na quarta (16/12) e antecipado pelo Broadcast pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento de Cunha do comando da Câmara. Ele disse que não teve acesso às informações sobre o caso e ainda chegou, em tom de brincadeira, a pedir ajuda aos jornalistas para saber se descobre os casos que o envolvem - Renan é investigado em seis inquéritos decorrentes da Operação Lava Jato.

Meta fiscal

O presidente do Congresso classificou como "boa" a nova meta fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano O peemedebista considerou que o porcentual acena com mais "realismo fiscal" e defendeu que 2016 venha a ser o "ano da virada".

Renan disse que o Congresso não pode ser responsável pelos erros do Executivo. E destacou que o Legislativo tem feito a sua parte para melhorar o ambiente econômico. "O importante é que o País volte a crescer", frisou.

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