Politica

Carro de Cunha liga parlamentar a homem que distribuía propina da Petrobras

Eduardo Cunha - que já foi denunciado criminalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro - sempre negou ter se beneficiado dos recursos desviados da estatal

postado em 25/12/2015 06:04
As histórias do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do senador Fernando Collor de Mello, ex-presidente da República deposto, guardam algumas interseções curiosas. A começar pela ligação com o empresário Paulo César Farias, que, em 1989, convidou o então economista carioca a atuar como tesoureiro do comitê eleitoral do presidenciável no Rio. Além disso, os dois, como chefes de poderes, foram acusados de corrupção. Para completar, o agravamento da crise política que os atingiu tem como importante elemento a descoberta de veículos em situação irregular. Collor foi deposto depois que descobriram que o Fiat Elba, usado por sua mulher, foi comprado com cheque de uma das contas fantasmas de Paulo César Farias. O objetivo era lavar o dinheiro de sobras de campanha na compra de bens e ainda na reforma da Casa da Dinda, que passou a ser residência oficial da Presidência no governo do alagoano.

Eduardo Cunha - que já foi denunciado criminalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro - sempre negou ter se beneficiado dos recursos desviados da estatal

No caminho que pode levar ao afastamento de Cunha passa outro veículo, bem mais sofisticado, mas que deixou mais evidente a ligação do peemedebista com propinas na Petrobras. Agora, o importado Touareg branco ; fabricado na Eslováquia e encontrado na casa do peemedebista pela Polícia Federal ; liga definitivamente Eduardo Cunha a Altair Alves Pinto, apontado como o homem da mala para distribuição de propina da Petrobras a políticos do PMDB, segundo delatores do esquema investigado por meio da Operação Lava-Jato. Eduardo Cunha ; que já foi denunciado criminalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e lavagem de dinheiro ; sempre negou ter se beneficiado dos recursos desviados da estatal por meio de contratos superfaturados.



No entanto, o operador do esquema pelo PMDB, Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, garantiu à Justiça que Altair recebeu uma remessa, entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão, em outubro de 2011, que fazia parte da propina de US$ 5 milhões que teria Cunha como destinatário, que foi transportada nesse carro. Em depoimento no acordo de delação premiada, Baiano afirmou: ;Que Altair aparentava ser um assessor ou uma pessoa de confiança (de Cunha), até mesmo porque todos os valores entregues no escritório (do presidente da Câmara) foram para Altair;, disse Baiano no acordo de delação premiada.

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