Eduardo Militão
postado em 25/01/2016 06:00
A Polícia Federal, que teve corte de R$ 133 milhões no orçamento deste ano, gastou em metade das fases da Operação Lava-Jato, cujo efetivo empregado foi informado oficialmente pela corporação, entre R$ 1,5 mihão e R$ 1,8 milhão para prender 53 suspeitos preventivamente, 58 temporariamente e conduzir 98 pessoas coercitivamente. Os cálculos foram feitos com base em estimativas da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Na conta, não entram as despesas com investigação. Em 17 de março de 2014, por exemplo, na 1; fase, foram consumidos entre R$ 320 mil e R$ 400 mil. As estimativas indicam que uma saída de dezenas ou centenas de agentes e delegados pelas ruas do Brasil atrás da prisão de suspeitos e da apreensão de documentos, telefones e computadores custa, em média, entre R$ 125 mil e R$ 156 mil.
A Polícia Federal não informa oficialmente o valor dos gastos pela dificuldade de levantar os dados. Fontes ouvidas pelo Correio esclareceram que há diversos gastos relacionados a uma ou mais operações contabilizados em setores diferentes, o que dificulta consolidar os custos. O temor da polícia é de que o corte no orçamento atrapalhe as apurações. No ano passado, houve aproximadamente 500 operações, segundo dados apurados pelo jornal. Só no esquema da Petrobras, a estimativa do valor desviado até o momento dos cofres públicos está entre R$ 7 bilhões e R$ 42 bilhões, dos quais R$ 2,8 bilhões já foram recuperados.
Segundo o vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Brasília, Flávio Werneck, o custo mínimo de uma operação com 100 homens gira em torno de R$ 80 mil e R$ 100 mil. Só com diárias, são cerca de R$ 22 mil. Materiais saem a R$ 3 mil, aproximadamente. Aluguel de viaturas descaracterizadas consome R$ 25 mil. Despesas com combustível, incluindo gasolina para aviões, e o deslocamento de pilotos completam a planilha de gastos de uma ação coordenada com o objetivo de surpreender os suspeitos dos crimes investigados e impedir a continuidade dos delitos e a destruição das provas. Os valores não incluem despesas com membros da Receita Federal e do Ministério Público, que costumam participar da execução das operações.
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