Eduardo Militão
postado em 05/02/2016 17:01
Por um ;equívoco;, funcionários do Supremo Tribunal Federal retiraram o segredo de Justiça do inquérito em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) é acusado pelo Ministério Público de peculato e uso de documento falso. O senador apresentou guias de venda de gado para justificar que tinha capacidade financeira para pagar uma pensão a uma jornalista com quem teve uma filha e, assim, tentar derrubar a acusação segundo a qual uma empreiteira beneficiada por suas emendas pagava suas despesas pessoais.O ministro relator do caso, Edson Fachin, determinou uma mudança no nome que aparece na capa do processo. No entanto, funcionários entenderam na quinta-feira (4/2) que deveria ser retirado o segredo do inquérito, que corre de maneira sigilosa desde 2007. Na tarde desta sexta-feira (5/2), o processo voltou a ser sigiloso. De acordo com informações do gabinete, os autos devem permanecer em segredo porque há referências à ;intimidade; de Renan.
Leia mais notícias em Política
O senador tem uma filha de mais de dez anos de idade com a jornalista Mônica Veloso. Em 2007, ele perdeu a Presidência do Senado e quase ficou sem mandato após o Conselho de Ética pedir sua cassação. Os relatores do processo, Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), concluíram, com base em laudo de peritos da Polícia Federal, que o lobista da empreiteira Mendes Júnior Cláudio Gontijo é quem bancava as despesas com a pensão. Em troca, Renan fez uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias para uma obra de interesse da construtora.
Para o Ministério Público, o senador usou documentos falsos ao justificar seus rendimentos. A Procuradoria Geral da República ainda afirma que ele desviou verba de gabinete do Senado. Renan nega as acusações. A denúncia deve ser recebida ou julgada pelos ministros ;em breve;, segundo fontes do STF, mas somente após 17 de fevereiro.