Paulo de Tarso Lyra
postado em 17/02/2016 18:25
O presidente da Câmara Eduardo Cunha negou que a reeleição de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para a bancada seja uma derrota pessoal dele, Cunha. "Eu apoiei o deputado Hugo Motta, mas a bancada do PMDB definiu que gostaria de ser conduzida por Picciani. Se eu tivesse disputado o cargo e perdido aí sim poderiam dizer que estou isolado", afirmou o parlamentar. Na terça-feira (16/2), Cunha havia dito que a reeleição de Picciani seria uma vitória artificial. Hoje, reformulou a tese: "Se tivesse sido por um voto, seria artificial, mas ele ganhou por sete votos de vantagem, muito mais do que os três secretários artificiais que ele trouxe para votar na eleição", disse Cunha em alusão a participação dos secretários do Rio de Janeiro Marco Antônio Cabral, Pedro Paulo e Átila Lins, que se licenciaram de seus respectivos estados para votar na eleição da bancada.
O presidente da Câmara não acredita ainda que a vitória de Picciani tenha qualquer efeito na discussão sobre o impeachment, ou nos votos favoráveis ao governo na Câmara. "O PMDB não está no governo? Está. Eu não sou contra o PMDB estar no governo? Sou. Quem é contra o governo continuará votando contra. Quem é a favor continuará votando a favor."
Por fim, Cunha declarou que a reunificação da bancada dependerá muito mais da maneira com que Picciani conduzirá os trabalhos. "Ele próprio admitiu que errou lá atrás, ao indicar apenas deputados governistas para a Comissão do impeachment. Se ele não tivesse feito aquilo, nós não estariamos na situação em que estamos hoje".