Eduardo Militão
postado em 04/03/2016 10:41
O advogado e ex-ministro Gilson Dipp deixou a defesa do senador Delcídio Amaral (PT-MS), que fechou acordo de colaboração premiada com a Operação Lava-Jato pouco antes de ser solto da cadeia. Ele e o defensor Luís Henrique Machado não vão mais defender o parlamentar no Conselho de Ética do Senado, processo que pode levar à cassação do congressista.Segundo o Correio apurou, o motivo foi a divulgação da delação premiada de Delcídio. Em um acordo de colaboração, o investigado confessa crimes, se compromete a devolver valores desviados e ainda entrega informações e provas sobre outras irregularidades das quais tem conhecimento a fim de obter uma redução de suas punições. De acordo com uma fonte ouvida pelo jornal, ao confessar crimes e revelar informações sobre outros, fica ;inviabilizada; qualquer defesa no Conselho de Ética, porque essas duas atitudes significam ferir o decoro parlamentar.
Na delação, Delcídio diz que a presidente Dilma Rousseff pediu que o senador perguntasse se um candidato à vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se comprometesse a soltar empreiteiros presos na Operação. Petistas negaram a declaração assim como o ministro Marcelo Navarro, que ganhou o cargo.
O senador ainda diz que partiu de Luiz Inácio Lula da Silva o pedido para realizar pagamentos a fim de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O Instituto Lula negou o cometimento de qualquer irregularidade.