Eduardo Militão, Agência Estado
postado em 04/03/2016 12:18
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Lula prestou depoimento durante pouco mais de três horas no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, e deixou o local por volta das 12h desta sexta-feira (4/3). A PF não informou o local para onde Lula seguiu.Leia mais notícias em Política
A Polícia Federal também já encerrou a busca e apreensão no apartamento do petista. O imóvel, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, foi alvo de mandado de busca e apreensão na 24; fase da Operação Lava Jato. Ainda não há informações sobre o que foi recolhido no local.
Na 24; fase da Operação Lava-Jato, apelidada de Aletheia, os procuradores da força-tarefa do caso no Ministério Público Federal do Paraná afirmam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebia propina de empreiteiras. Os procuradores listam ao menos R$ 4,67 milhões em repasses ao petista feitos pelas empreiteiras Odebrecht e OAS ao petista. E ainda lança suspeitas sobre quase metade dos recursos recebidos por empresas e pelo instituto de 2011 a 2014.
[SAIBAMAIS]Lula é alvo de condução coercitiva. O Ministério Público Federal no Paraná informou que o petista foi ;um dos principais beneficiários; do esquema de corrupção na Petrobras, ;enriqueceu; e usou os desvios para financiar campanhas políticas de seus aliados.
Segundo o Ministério Público, Lula recebeu ao menos R$ 1 milhão da empreiteira OAS em 2014 por meio do tríplex no Guarujá. O ex-presidente nega a propriedade do imóvel, mas os procuradores afirmam que isso não é verdade. ;Há evidências de que a OAS pagou despesas elevadas para reformar o imóvel (mais de R$ 750 mil), arcou com móveis de luxo para cozinha e dormitórios (cerca de R$ 320 mil), bem como de que tudo isso aconteceu de modo não usual (foi o único apartamento que sofreu tal intervenção) e com o envolvimento do próprio presidente da OAS, Léo Pinheiro. A suspeita é de que a reforma e os móveis constituem propinas decorrentes do favorecimento ilícito da OAS no esquema da Petrobras.;
Além disso, o MPF suspeita que Lula adquiriu o sítio em Atibaia por R$ 1,53 milhão em nome de laranjas. A propriedade, usada por ele, está em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios do filho do ex-presidente Fábio Luis Lula da Silva. Há ;fortes indícios; de que, entre 2010 e 2014, portanto ainda dentro do mandato do petista, o ex-presidente obteve ao menos R$ 770 mil ;sem justificativa econômica lícita; do pecuarista José Carlos Bumlai e das empreiteiras Odebrecht e OAS. O sítio foi comprado em 29 de outubro de 2010, no final do governo do petista. ;Encontrou-se, ainda, mensagem eletrônica que aponta o uso dos adquirentes nominais como interpostas pessoas.; Segundo o MPF, a suspeita é de que a propriedade seja propina ;a título de contraprestação pelos favores ilícitos obtidos no esquema Petrobras;.