Naira Trindade, Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/03/2016 06:00
A insistência do PT e dos movimentos sociais em organizar manifestações no próximo 13 de março para ;disputar palmo a palmo; as ruas com os manifestantes pró-impeachment colocou o Planalto e lideranças do próprio partido em sinal de alerta. O acirramento nos ânimos a partir da condução coercitiva do ex-presidente Lula e das frases proferidas pelo próprio petista de que ;a jararaca está viva; reforçaram o temor de que as cenas de violência protagonizadas por militantes de lado a lado em São Bernardo e no aeroporto de Congonhas na última sexta-feira ganhem contornos incontroláveis.[SAIBAMAIS]Para não alarmar a população e esfriar os ânimos dos manifestantes, os órgãos de segurança estaduais mantém o discurso da tranquilidade. Em Brasília, não há um esquema especial montado que seja diferente do preparado em manifestações anteriores, como o bloqueio de vias e garantias nos pontos de embarque e desembarque das pessoas.
Em São Paulo, o secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes, disse que os grupos antagônicos não podem se concentrar no mesmo lugar. E que, na avaliação dele, como a manifestação pró-impeachment foi marcada antes, ela terá prioridade das forças policiais. Fontes das Forças Armadas confirmam que, até o momento, além do monitoramento da temperatura dos discursos nas redes sociais, não há um esquema especial montado para o domingo. A avaliação é de que as forças policiais têm todas as condições de garantir a ordem e a segurança públicas.
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Congresso
Não há dúvidas de que a situação tomou proporções de risco assustadoras. No Congresso, os líderes do PT na Câmara e no Senado ; Afonso Florence (BA) e Paulo Rocha (PA), respectivamente ; tentam diminuir a fervura da militância. Enquanto Rocha defendia ao Correio que os petistas de bom senso não deveriam sequer sair às ruas no domingo, mantendo o cronograma de manifestações para os dias 8, 18 e 31 de março, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) batiam boca, dedos em riste no plenário.
;Em lugar de falar mal do ex-presidente Lula, o senhor deveria defender a investigação do trensalão tucano e do sumiço da merenda escolar;, disse o petista, acrescentado que o país tinha um engavetador na Procuradoria-Geral da República à época da presidência do tucano Fernando Henrique Cardoso. ;O senhor faz um discurso caluniador que não enxerga os fatos;, devolveu Nunes Ferreira. ;Esse moleque fanático sobe à tribuna para ficar falando esse monte de merda;, exasperou-se Aloysio, ao deixar o plenário, indignado.